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‘Música fez por mim, Exu fez por mim’ declara Lis Mc, rapper da Zona Norte carioca, que mostra sua vivência underground

O movimento do Rap foi o caminho para conquistar sua liberdade

Esse texto faz parte da série Energia de Gostosa, que mostra a diversidade de mulheres no funk, rap e trap carioca

A frase de Lis Mc que intitula essa reportagem é uma autorreflexão sobre o período em que esteve detida, e como o movimento Hip Hop trouxe à tona a realidade que ela estava vivendo e criou redes de apoio para garantir seus direitos. Na época, a artista enfrentou uma tentativa de estupro, reagiu, e como resultado, o agressor registrou uma queixa acusando-a de tentativa de roubo (art. 157). A Mãe da Fac, como é conhecida Lis Mc, foi absorvida do caso.

A rapper Lis Mc é Laís da Silva Emídio, tem 27 anos e é cria da Complexo da Penha, Zona Norte do Rio de Janeiro. Filha de seu Jailson e da dona Claucileia, sua infância foi marcada entre o CPX da Penha e o CPX do Alemão. Seu nome artístico é uma homenagem à sua avó, em referência a música “Flor de Lís” de Djavan, cantor que ambas escutavam juntas. Lis ressalta que carrega uma forte memória afetiva. “Eu acabei pegando costumes de velhos depois que passei a morar com minha avó, de ver novela e jornal, eu sou muito velhaca”.

Antes de seguir a carreira artística, Laís trabalhou na área de vendas, atendimento ao público e até mesmo, para o crime. O rap surgiu em sua vida de forma inesperada, em 2019. Seus amigos, que já frequentavam as batalhas de rima em Olaria, a convidaram para participar. “O rap chegou de maneira muito espontânea. Meus amigos da Penha já iam para as batalhas e frequentavam a roda cultural, e começaram a me levar por esse caminho, principalmente depois que saí do tráfico. Aí eu pensei: ‘Vou continuar fazendo música, gostei desse lance”, conta.

“Eu acho muito mais fácil fazer rapper sujo, eu fui criada para falar sem meios termos. Se eu não gostei, eu falo na sua cara que eu não gostei desta merda!”, detalha a rapper sobre a verdade de suas letras. O papo reto em suas faixas, com linguagem das ruas, reflete a sua visão política e a realidade em que vive. Já os love songs são mais difíceis para a artista produzir.

A diversidade e versatilidade musical de Lis Mc surge da sua constante inquietação, do movimento e da correria, sempre buscando explorar novos caminhos. Seu público é predominantemente masculino, e sua inserção na cena se dá através de feats e participações com artistas consagrados do Rap, como no feat com o Sant na música “Qual Foi”. Outro grande destaque é sua presença confirmada no Festival Gigantes do Bk’ que acontecerá no dia 26 de abril.

Musicalidade e identidade visual

As inspirações musicais da artista vem da brasilidade: samba, mpb, forró, funk e principalmente, as divas do pop. Ela revela que a cada ano, quer trabalhar em um álbum mais completo, acreditando que essa é a melhor forma de impulsionar seus shows. A identidade visual acompanha os lançamentos musicais, as duas artes estão atrelaçadas. Em dezembro de 2024, saiu o EP “Escambo” um projeto colaborativo com Mateus Coringa. Juntos, decidiram manter o visual com os cabelos loiros por um ano, assim como estão protagonizados na capa.

Pequenas Empresas & Grandes Negócios (PEEGN)

O PEEGN & Mixtape traz 12 faixas e foi idealizado pela artista com o intuito de resgatar o movimento underground. “Eu sou da era do CD, então fazia todo sentido trazer algo da minha época, como um CD com pôster e brindes para o público. Foi por isso que criei os adesivos de PEEGN, para complementar essa ideia”, explica Lis Mc. Ela queria ir além da música. Seu objetivo era oferecer algo que as pessoas pudessem tocar, ver e sentir — um item que provocasse uma lembrança. A coletânea representa seu amadurecimento profissional, com todas as músicas que fez, e ocupa um lugar especial no seu coração.

“Eu sou uma criança dos anos 2000 e pouco, então sempre gostei de ter materiais relacionados às músicas que ouvia”, recorda Lis Mc ao falar sobre sua infância e a criação de memórias. Ela ainda lembra com carinho de quando colecionava CDs e adorava ouvir Claudinho e Bochecha. “Eu fui muito dessa época e já havia feito uma participação na música do Febre90s, que saiu em fita cassete. Eu não podia lançar uma música em fita depois disso.”

A música gravada em fita cassete e o PEEGN Mixtape gravado no CD. Foto: reprodução

Ressocialização

A artista ficou detida dois meses e respondeu por 3 anos em regime aberto. A primeira impressão que a Laís teve foi sobre a falta de divisão por facção nos presídios femininos. “Ter essa divisão [de facção criminosa] é muito raro. Mulheres cuidam de mulheres. É diferente, homens não. Os homens se matam.”

Lis Mc reconheceu que ultrapassou seus limites. “Quando cheguei na cadeia, pensei que era o momento de pagar por tudo o que acumulei até aqui.” Contava com o apoio do defensor público para reverter sua situação e também, com o lançamento do Infernal EP junto com Mal Beats enquanto estava na prisão. Durante suas transições na vida, seu pai sempre esteve ao seu lado, sentindo profundamente e acompanhando cada momento. “Tá comigo. É meu parceiro”, disse ela, com o suporte também do movimento de seus amigos e do rap.

Sua família foi um pouco relutante com o seu contato com o rap, mas depois do processo judiciário, as coisas mudaram, e eles perceberam as transformações, como reforça a artista: “Isso é um trabalho mesmo dela. Deixa ela então fazer as coisa dela”, comentou exemplificando como os familiares reagiram com sua carreira.

Roda Cultural da ZN

A Lis Mc também é apresentadora e produtora da Roda Cultural da ZN, que ela comanda há 5 anos no Complexo do Alemão, Zona Norte do Rio. Ela afirma que foi a batalha de rima que a tem ensinado sobre o Hip-Hop.

“Depois que eu comecei a produzir roda cultural, eu entendi que eu deveria propor um espaço para que as pessoas aprendessem sobre hip-hop e tá tudo bem que elas errem, que alguém se exalte, fale merda, a gente está ali justamente para que eles aprendam a errar e a gente corrigir para que eles não façam numa próxima roda”, conta Lis Mc sobre o processo de educativo dentro da cultura de rua.

Estudar produção cultural e mestre de cerimônias foi fundamental para Lis Mc aprimorar suas habilidades de apresentação e comunicação com as pessoas. Esse aprendizado foi um processo de crescimento tanto para ela quanto para o público da roda cultural. “Foi uma parada muito louca, porque eu via que a partir dos limites que as pessoas, que os MCs em batalha, passavam ali. Porque eu nunca escrevi a roda cultural em nenhum circuito nesses 5 anos que eu apresento, justamente porque eu estava aprendendo sobre isso, tá ligado?”, explica ela.

Lis MC é mestre de cerimônia da Roda Cultural da ZN. Foto: Vilma Ribeiro / Voz das Comunidades

“Até hoje a gente não escreveu a roda cultural em nenhum circuito nacional, porque a gente estava aprendendo, caminhando juntos, entendendo como funcionavam as rodas culturais. Este ano, a proposta é que a gente consiga educar os MCs, e me educar, para que essas batalhas entrem em campeonatos”, ressalta.

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