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Projeto de futebol promove inclusão para mais de 250 jovens no Complexo do Alemão

Com mais 250 alunos, o projeto de Bola de Ouro tem como foco transformar a vida de jovens favelados através do futebol.
Projeto Bola de Ouro. Foto: Uendell Vinicius / Voz das Comunidades

No país do futebol, onde todo menino sonha em ser jogador, nem todos tem sua chance. Seja por falta de oportunidades, seja por se acharem diferente dos outros. Webert Machado, de 36 anos, mais conhecido como Betinho, chegou querendo mudar essa realidade, driblando todas as dificuldade e marcando um gol de placa ao criar o Projeto Bola de Ouro no Complexo do Alemão, Zona Norte do Rio.

Ele conta que levava o seu filho há um projeto social de um amigo e logo depois se viu levando outros 15 meninos, e se perguntou por que não abrir um projeto próprio. “Certo dia numa conversa com o Dioguinho, outro responsável pelo projeto, decidimos dar o ponta pé inicial, fazendo treinamento físico e técnico na área. Houve uma grande procura dos responsáveis para cadastrar seus filhos”, conta Betinho.

A ideia surgiu no final de fevereiro de 2021 e o Projeto Bola de Ouro ganhou vida no dia 2 de março de 2021 com o foco de transformar vidas por meio do esporte. Em meio a ausência de políticas públicas nas comunidades, o promotor de vendas Betinho e o mecânico Diogo Chaves, 38 anos, implementaram um projeto esportivo voltado para jovens que vivem em situação de vulnerabilidade social na região da Fazendinha no CPX  do Alemão, zona norte do Rio, com a missão de contribuir com a formação de cidadãos de bem.

Sem incentivos governamentais ou patrocínios, o projeto se sustenta devido ao apoio dos pais dos atletas e de comerciantes da própria comunidade, além da arrecadação por meio da promoção de eventos beneficentes e da venda de rifas. “Nossa maior dificuldade é financeira, pois temos uma alta demanda de crianças carentes que necessitam de alimentos. Muitas famílias carentes não tem o que comer. Não temos ajuda governamental e isso dificulta bastante o auxílio das famílias”, conta Betinho.

O projeto também abrange uma outra ação importante de integração na Comunidade: o trabalho com crianças e adolescentes especiais. Eles participam regularmente junto com as outras crianças com os professores adaptando a aula de acordo com as atividades propostas no dia, o gestor e fundador do projeto Betinho afirmou que as crianças especiais, autistas e com outras necessidades específicas estão incluídas em tudo normalmente com as outras, dias, horários, aula, atividades de recreação, sem a necessidade de ter uma turma só para eles. Segundo Betinho, o professor durante a aula vai vendo o que é melhor para a turma, respeitando a dificuldade de cada um, porque todos independente têm alguma dificuldade. “Incluímos eles nas mesmas atividades das outras crianças, até mesmo para eles não se sentirem diferentes dos demais. E acredito ser o melhor, mesmo sabendo das dificuldades de cada um deles. Aqui, nós priorizamos a inclusão”.

Ele conta que, hoje, consegue mudar a realidade de muitas crianças, não só no futebol, mas também no dia a dia, nas escolas e em seus lares. “Existem alguns casos que os próprios responsáveis vêm nos passar de como o projeto tem mudado a vida dos seus filhos. Além de tirar um pouco o foco da nossa comunidade e fazer homens e mulheres de bom caráter”, conta Betinho.

O Bola de Ouro também conta com doações e apoio nas redes sociais de alguns artistas e grandes nomes do meio esportivo. Atualmente, a ação voluntária impacta a vida de mais de 250 crianças e adolescentes de 5 a 17 anos do Complexo do Alemão. Para saber mais sobre os horários das turmas e inscrições, entre em contato com a rede social do Projeto Bola de Ouro.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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