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Favela é Fashion emociona Complexo do Alemão com a coleção “Yellow”

O 8° desfile do Favela Fashion aconteceu na Nova Brasília

O berço do funk, do passinho e da gíria mostrou na noite de sábado (31/08), que favela também faz moda e tem estilo. O desfile aconteceu no Bistrô Estação R&R que fica localizado na Travessa Jalisco, 32 – Complexo do Alemão. 

Em sua 8° edição do Favela Fashion, Juliana Henrik, estilista, produtora de moda e idealizadora do projeto, que foi criado para selecionar jovens de comunidades que não tem condições de pagar um curso e desejam ingressar no mundo da moda, mostrou todo charme e beleza que tem dentro da favela.

Gisele Alves dos Santos, 21 anos, moradora do Complexo do Alemão é uma das modelos mais antiga do Favela Fashion e ressaltou que “cada desfile é um momento diferente, a honra, o prazer, de estar fazendo parte desse desfile é incrível e que mudou a minha vida”

Gisele estuda moda no projeto Favela é Fashion. Foto: Emilly Roberta/ Voz das Comunidades

A estilista que a cada ano busca inspiração para organizar o desfile, contou que a música “AmarElo” do cantor Emicida, foi sua fonte de criação para superar todos os obstáculos para que o evento fosse um sucesso. Mesmo com algumas dificuldades, o projeto vem crescendo e a produtora levou para a passarela sessenta e cinco modelos.

Georgia Karina Souza Santos Carvalho, 19 anos, estreou no Favela Fashion e falou sobre oportunidades. “A importância desses projetos dentro das comunidades é a oportunidade de mostrar o que na favela tem coisa boa acontecendo”.

Geórgia desfilou pela primeira vez. Foto: Emilly Roberta/ Voz das Comunidades

O evento que desde a edição passada trouxe para a passarela modelos Plus Size, vêm mostrando que o preconceito pode ser superado, e que esse trabalho está contribuindo com o resgate da autoestima de muitas mulheres e servindo de exemplo de superação.

“Hoje saber que eu inspiro o próximo, que eu converso com muitas mulheres que passou pelas coisas que eu passei, e hoje elas me perguntam se sou eu mesma, é incrível”, comentou Adriana Costa, 47 anos, professora.

O desfile aconteceu na Nova Brasília. Foto: Emilly Roberta/ Voz das Comunidades

Superação e resistência foi marca do Favela Fashion 2019, que contou também com outras histórias de vida incríveis de alguns modelos, que abrilhantaram a noite. 

Tuany Nascimento, 25 anos, bailarina, moradora do Morro do Adeus, aceitou o desafio  e entrou na passarela como se estivesse numa apresentação de ballet e representou a beleza e moda da favela.

Tuany é professora de balé no projeto “Na Ponta dos pés” e desfilou de sapatilha. Foto: Emilly Roberta/ Voz das Comunidades

“O Favela Fashion representa a força e o peso que a favela tem dentro da dança, da arte, da música e dentro da moda ” comentou, Tuany Nascimento.

A ideia de contagiar o público com a diversidades de modelos, trazendo a cor “yellow” que simboliza a prosperidade, felicidade e criatividade deu certo, e o desfile arrancou lágrimas e aplausos da platéia.

“Gratidão é a palavra que me define, devido a tantos desafios e que muitas pessoas não desistiram do Favela Fashion e nem de mim”, comentou Juliana Henrik, produtora e estilista.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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