O berço do funk, do passinho e da gíria mostrou na noite de sábado (31/08), que favela também faz moda e tem estilo. O desfile aconteceu no Bistrô Estação R&R que fica localizado na Travessa Jalisco, 32 – Complexo do Alemão.
Em sua 8° edição do Favela Fashion, Juliana Henrik, estilista, produtora de moda e idealizadora do projeto, que foi criado para selecionar jovens de comunidades que não tem condições de pagar um curso e desejam ingressar no mundo da moda, mostrou todo charme e beleza que tem dentro da favela.
Gisele Alves dos Santos, 21 anos, moradora do Complexo do Alemão é uma das modelos mais antiga do Favela Fashion e ressaltou que “cada desfile é um momento diferente, a honra, o prazer, de estar fazendo parte desse desfile é incrível e que mudou a minha vida”
A estilista que a cada ano busca inspiração para organizar o desfile, contou que a música “AmarElo” do cantor Emicida, foi sua fonte de criação para superar todos os obstáculos para que o evento fosse um sucesso. Mesmo com algumas dificuldades, o projeto vem crescendo e a produtora levou para a passarela sessenta e cinco modelos.
Georgia Karina Souza Santos Carvalho, 19 anos, estreou no Favela Fashion e falou sobre oportunidades. “A importância desses projetos dentro das comunidades é a oportunidade de mostrar o que na favela tem coisa boa acontecendo”.
O evento que desde a edição passada trouxe para a passarela modelos Plus Size, vêm mostrando que o preconceito pode ser superado, e que esse trabalho está contribuindo com o resgate da autoestima de muitas mulheres e servindo de exemplo de superação.
“Hoje saber que eu inspiro o próximo, que eu converso com muitas mulheres que passou pelas coisas que eu passei, e hoje elas me perguntam se sou eu mesma, é incrível”, comentou Adriana Costa, 47 anos, professora.
Superação e resistência foi marca do Favela Fashion 2019, que contou também com outras histórias de vida incríveis de alguns modelos, que abrilhantaram a noite.
Tuany Nascimento, 25 anos, bailarina, moradora do Morro do Adeus, aceitou o desafio e entrou na passarela como se estivesse numa apresentação de ballet e representou a beleza e moda da favela.
“O Favela Fashion representa a força e o peso que a favela tem dentro da dança, da arte, da música e dentro da moda ” comentou, Tuany Nascimento.
A ideia de contagiar o público com a diversidades de modelos, trazendo a cor “yellow” que simboliza a prosperidade, felicidade e criatividade deu certo, e o desfile arrancou lágrimas e aplausos da platéia.
“Gratidão é a palavra que me define, devido a tantos desafios e que muitas pessoas não desistiram do Favela Fashion e nem de mim”, comentou Juliana Henrik, produtora e estilista.