Com o desafio de democratizar o acesso à internet e dar ferramentas para que comunidades também retomem suas atividades, superando o isolamento digital, a Central Única das Favelas (CUFA), a Comunidade Door e o Alô Social lançam no dia 25 de setembro o Mães da Favela On, o maior projeto de conectividade em favelas já feito no Brasil. O objetivo é conectar 2 milhões de moradores de favelas até julho de 2021. Os pontos de wifi começam a ser instalados no mesmo dia na Rocinha, na zona Sul do Rio.
O projeto Mães da Favela On, que tem foco no acesso aos conteúdos voltados à educação e ao empreendedorismo, vai disponibilizar conexão aberta à internet em diversos pontos de favelas nos 26 estados do país e no Distrito Federal. Serão distribuídos 20 pontos de internet livre em 150 grandes favelas e chips da empresa Alô Social, em parceria com a TIM, para as 500 mil mães previamente cadastradas nas bases da CUFA em quase 5 mil favelas.
A instalação dos pontos de wifi livre ficará a cargo da Comunidade Door. Já a coordenação de curadoria do projeto é da Unesco, para selecionar conteúdos de educação e empreendedorismo na plataforma que também facilitem a democratização do acesso à internet.
Celso Athayde, fundador da CUFA e idealizador do Mães da Favela On, explica como nasceu a iniciativa. Foi a partir do relato de mães atendidas pela CUFA que, além das dificuldades corriqueiras e as impostas pela crise, veem seus filhos sem a opção de se adequarem ao ensino remoto com a suspensão das aulas por não terem os equipamentos necessários ou a internet disponível para o ensino à distância. “É claro que eu penso muito na educação das crianças, mas quem conhece esta realidade de perto sabe que, muitas vezes, enquanto a mãe do asfalto está preocupada com o reinício das aulas, as mães da favela estão tentando salvar a vida dos filhos naquele dia. Manter as famílias conectadas é uma necessidade de sobrevivência”, ressalta Celso.
Para Renato Meirelles, diretor do Data Favela/Locomotiva, o projeto Mães da Favela On colabora com a garantia do direito à educação nas favelas, que não está sendo cumprido por falta de acesso à internet. “Hoje, mais da metade dos estudantes que vivem em favelas afirma não estar assistindo aulas à distância neste período e as principais justificativas são a falta de aparelhos adequados e velocidade de conexão insuficiente”.