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Má conservação de calçadas afeta mobilidade de moradores na Penha e no Alemão

Os mais prejudicados pelo problema são PCDs, idosos, gestantes, pessoas com crianças de colo e carrinhos de bebê
Foto: Vilma Ribeiro / Voz das Comunidades
Foto: Vilma Ribeiro / Voz das Comunidades / Há três meses um grande buraco toma conta da calçada na Estrada do Itararé

Nas ruas do Rio de Janeiro, pedestres têm um desafio em comum: passar ileso por calçadas em má conservação. O problema é muito parecido em diversos pontos da cidade. Os buracos dificultam o ir e vir das pessoas. Os mais prejudicados são PCDs (pessoas com deficiência), idosos, gestantes, pessoas com crianças de colo e carrinhos de bebê. 

Em trechos da calçada da Avenida Nossa Senhora da Penha, no Complexo da Penha, Zona Norte, a situação é a mesma. Na altura do número 517, próximo ao ponto de motoristas particulares, a calçada está coberta por entulhos e remendos de cimento que, segundo moradores, foram feitos para amenizar a buraqueira.

De acordo com moradores, o entulho jogado na calçada da Avenida Nossa Senhora da Penha, no Complexo da Penha, é para diminuir o buraco. 
Foto: Vilma Ribeiro / Voz das Comunidades

Já no Complexo do Alemão, também na Zona Norte, a história das calçadas da Estrada do Itararé é antiga. Não é de hoje que moradores fazem reclamações de calçadas esburacadas, mas nos últimos meses as condições pioraram. Um exemplo é no trecho que vai da Escola Municipal Vera Saback até a entrada do Espaço de Desenvolvimento Infantil Lucia Maria Batista Albuquerque. Os buracos tomam conta na região que há grande movimentação de pessoas, principalmente crianças. O que mais chama atenção é a cratera que surgiu há três meses e continua sem solução.

Além da má conservação, a acessibilidade também está comprometida nesses territórios. Isto porque faltam rampas e nivelamentos que garantam inclusão e deslocamento seguro às pessoas com mobilidade reduzida. Uma moradora do Alemão, que preferiu não se identificar, alega que evita sair de casa por causa das dificuldades de locomoção devido a má conservação das calçadas.

Calçada ou estacionamento?

A ocupação de carros em cima de calçadas é mais um obstáculo para pedestres. Quem passa em frente a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Alemão, divide espaço com veículos estacionados irregularmente. Uma das opções é transitar pela beira da rua.

Carros em cima da calçada da UPA do Alemão obriga moradores a andar pela rua 
Foto: Vilma Ribeiro / Voz das Comunidades

As denúncias são frequentes, mas a solução é temporária. Em junho deste ano, após denúncia de moradores, uma equipe da Secretaria Municipal de Ordem Pública (SEOP) esteve na Estrada do Itararé rebocando veículos estacionados em locais proibidos. No entanto, motoristas ainda insistem em parar as calçadas.

Entramos em contato com SEOP e em nota o órgão informou que “nessa região, por se tratar de uma área sob influência do crime organizado, é necessária uma operação com apoio das forças policiais”. 

Quanto aos buracos da calçada da Estrada do Itararé, em novembro, a Secretaria Municipal de Conservação realizou uma vistoria no local e afirmou que a RioUrbe é o órgão vinculado à Secretaria de Infraestrutura responsável pela manutenção do local. A equipe técnica, que analisou o caso, enviaria um oficial dando ciência da demanda e solicitando atendimento pelo serviço de reparo ao órgão. Recentemente, cobramos uma atualização das autoridades, mas até o momento da publicação desta reportagem não tivemos retorno. 

Em relação às calçadas da Avenida Nossa Senhora da Penha, a Secretaria Municipal de Conservação comunicou que enviará uma equipe para realizar a vistoria. 

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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