Chocopazcoa capacita mulheres do Complexo do Alemão para trabalhar com doces artesanais

Em 2ª edição, capacitação oferecida pelo Voz das Comunidades em parceria com a Unisuam ensina técnicas de confeitaria e precificação, incentivando a autonomia financeira de moradoras
Foto: Vilma Ribeiro / Voz das Comunidades

Pelo segundo ano consecutivo, a ONG Voz das Comunidades promove capacitação voltada para moradoras do Complexo do Alemão. Desta vez, quinze participantes foram selecionadas para um curso de produção de chocolates na Unisuam nos dias 07. 08 e 11 de abril. Ao longo das aulas, as alunas aprenderam receitas, formas de precificação e ainda puderam colocar em prática todo o conhecimento adquirido nos últimos dias.

Com foco na autonomia financeira e na formação de empreendedoras faveladas, o projeto busca fortalecer mulheres que desejam transformar suas habilidades em fonte de renda. Para Geisa Pires, coordenadora de Impacto Social do Voz das Comunidade, o impacto vai muito além da cozinha. “A ideia é colaborar para que mulheres possam empreender dentro da comunidade. A capacitação surgiu com esse intuito: oferecer liberdade financeira para essas mulheres“, afirma. O curso é uma forma de levar dignidade e oportunidade para essas mulheres e suas famílias.

Ela explica que a escolha da temática da confeitaria, especialmente próxima à Páscoa, também tem a ver com o fortalecimento da economia local. “Elas aprendem diversas formas de trabalhar com o chocolate e conseguem vender dentro do próprio território, conquistando uma vida financeira mais estável. No Complexo do Alemão, cerca de 70% das mulheres são mães solo. Então, quanto mais pudermos capacitar essas famílias, melhor“, explica.

Aline Lopes, 47 anos, foi uma das alunas e já faz planos para o futuro. “Quero começar a vender trufas o ano inteiro, não só na Páscoa“, contou. Ela destaca também a importância dos conteúdos abordados, “as aulas são muito completas, a de terça-feira, sobre precificação, foi uma aula para qualquer tipo de comércio. Isso é excelente”, disse.

Essa foi a primeira experiência de Suellen Oliveira, 35 anos, em uma ação dos Voz das Comunidades. A aluna afirma que já pretende colocar em prática o que aprendeu. “Já vou começar a trabalhar. Vou manter, no Dia dos Namorados, já vou fazer alguns chocolates para vender também”, contou.

Suelen destacou o que mais chamou sua atenção, “estou gostando muito das oportunidades que o Voz está dando, né? De empreendedorismo, como que a gente tem que fazer”, fala. Ela também comentou que está animada com as vendas: “Espero que sejam altíssimas! Vou me empenhar ao máximo, fazer tudo direitinho para ganhar clientes, divulgar nas minhas redes sociais e marcar vocês lá”, diz.

Foto: Vilma Ribeiro / Voz das Comunidades

Compartilhe este post com seus amigos

Facebook
Twitter
LinkedIn
Telegram
WhatsApp

EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

Contato:
[email protected]