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Através da Arte, Escola de Artes do Spanta transforma a vida de crianças e adolescentes do Santa Marta há 13 anos

O projeto sociocultural do bloco carnavalesco Spanta Neném já formou 800 alunos e hoje conta com 13 cursos gratuitos, que passeiam entre as variadas artes, como Música, Dança e Teatro
Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades
Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades

“Eu não teria essa mentalidade que tenho hoje se não fosse o Spanta”, declara Marlon Jonathan, de 19 anos, que frequenta a Escola de Artes do Spanta (EAS) desde os 12 e diz que não quer sair de lá nunca. Ele toca violão, cavaquinho, trompete e bateria, além de compor, e é cria da Favela Santa Marta, em Botafogo (Zona Sul do Rio), onde fica localizada a EAS. Em 13 anos de existência, o projeto sociocultural do bloco carnavalesco Spanta Neném já formou 800 alunos e hoje conta com 13 cursos gratuitos, que passeiam entre as variadas artes, como Música, Dança e Teatro.

Tudo começou em 2009, em uma igreja em frente à Praça Corumbá, no pé do Santa Marta. As aulas aconteciam inicialmente lá e sempre teve como proposta atender as crianças e adolescentes da favela. Em 2016, a EAS se mudou para a Associação dos Moradores, que passou por uma grande reforma para receber o Spanta, que está lá até os dias de hoje. Hoje, o projeto atende 120 alunos, de 7 a 18 anos. Para 2023, o objetivo é inaugurar o EAS+, para alunos a partir de 15 anos, sem limite de idade.

Da esquerda para a direita: Henrique Castro, Hugo Soares, Thayná Vilhena e Jocielton Pontes
Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades

A Escola de Artes do Spanta oferece aulas de violão, cavaquinho, flauta doce, flauta transversal, trombone, trompete, percussão geral e bateria, percussão de escola de samba, canto), todas de maneira prática e teórica. Além da Música, desde 2019, também há aulas de balé, dança/expressão corporal, artes cênicas e artes plásticas. 

No entanto, mais que ensinar crianças e adolescentes a executar alguma prática artística, o objetivo do EAS é usar a arte como ferramenta de transformação e movimento. Inclusive, semanalmente é realizada uma roda de conversa chamada de “Papo Reto”, onde temas como política, religião, raça, sexualidade, mercado de trabalho, entre outros elementos que atravessam principalmente jovens de favela são abordados e discutidos, de forma horizontal. E não pára por aí: são passeios externos, festivais cujos protagonistas são os próprios alunos e até bolsa de 100% oferecida a eles que desejam ingressar na faculdade. 

Jocielton Pontes, Coordenador Pedagógico e músico, conta que a construção é diária e coletiva. “Cada dia tem um desafio em diversos sentidos. Se não tem desafio a vida não tem graça e é o que eu sempre tento passar pros alunos. O que o Marlon falou muda a nossa visão; tem um ‘antes’, um ‘durante’ e um ‘depois’. Não sei se a gente transforma, mas somos um meio de jogar conhecimento e apoio, como mediadores. O professor não é o detentor de todo o conhecimento, na verdade, você ajuda o aluno a desenvolver as capacidades que ele tem. E é muito prazeroso ver o resultado”, diz.

Jocielton Pontes, Coordenador Pedagógico da Escola de Artes do Spanta
Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades

Henrique Castro, Gestor do projeto, menciona que “tudo é aprendizagem”. Ele, que é formado em Música, entrou para o mundo da Gestão depois, impulsionado pelo próprio EAS. “Eu gosto muito de fazer o festival, sempre fui produtor, mas eu quero estar na área socioambiental com mais força. Hoje em dia eu me dedico só ao projeto e a ideia é desburocratizar as coisas”, diz, desabafando que ainda não considera grande o número de alunos, mas que se, em alguns anos, conseguir alcançar o número de 100 alunos formados na faculdade, vai estar realizado.

Henrique Castro, Gestor da Escola de Artes do Spanta
Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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