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Mensageiro na UFRJ e mototaxista, Diego foi preso há um mês ao levar passageiro que escondia arma e drogas; família realizou manifestação por Justiça na Maré

Diego Felipe Oliveira dos Santos trabalhava há 15 anos na ala infantil do Hospital Universitário da UFRJ como maqueiro e fazia um dinheiro extra como mototaxista e motorista de aplicativo
Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades
Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades

Uma manifestação pela liberdade de Diego Felipe Oliveira dos Santos, de 35 anos, aconteceu na entrada da Nova Holanda, Maré, passando por um trecho da Avenida Brasil, na noite desta quarta-feira (23). Esta semana marca um mês desde a prisão do mototaxista que foi detido ao levar um passageiro menor de idade que portava uma mochila com fuzil, munições, cartucho e maconha. Segundo todos os relatos, o menor não é morador da Maré.

Além de mototaxista, Diego trabalha de carteira assinada como mensageiro terceirizado pela empresa Personal Service, no Hospital Universitário da UFRJ, no Fundão. Ele já trabalhava há 15 anos no setor infantil do hospital e há 4 anos era motorista cadastrado da Uber.

A família chegou a apresentar toda a documentação dele; carteira de trabalho, folha de ponto, crachá, habilitação e outros documentos que possam provar que Diego não tem qualquer envolvimento com o tráfico. 

Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades

Em 21 de julho, mês passado, era a vez de Jorge Luiz no ponto de mototáxi. Mas ele explicou que por estar com a documentação da moto atrasada, não foi. “A gente não pede pra olhar bolsa, só podemos perguntar se tem flagrante. O rapaz disse que não tinha. A gente nunca tinha visto ele aqui, só veio pra pegar a moto. Depois disso, a gente sempre explica e pede pra olhar a mochila do passageiro”, relata o mototaxista.

Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades

A mãe de Diego, Rosangela Oliveira, se encontrava com o semblante cansado e desesperançoso. Ela reforçou que seu filho é inocente, trabalhador e não conhecia o passageiro menor de idade. A prima Débora Oliveira, que está a frente de todo o processo, conta que o psicológico está totalmente abalado, mas que não pode parar.

“Eu tenho que me manter forte, tem muita coisa na minha cabeça, é muito angustiante ver minha tia chorar sem parar pelo filho. Tive que guardar as minhas feridas para ajudar a curar a ferida do outro”, ressalta Débora, com a segurança de quem não irá desistir.

Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades

De acordo com o advogado que presta auxílio jurídico à família, Marino D’Icarahy diz que para provar a inocência de Diego há que desconstituir a prova feita pela polícia. “Desconstituímos através de testemunhas e de que ele efetivamente trabalhava. Mostrar que ele não vive do tráfico e que a função dele é de maqueiro na UFRJ e mototaxista; mostrar as câmeras do local, alguém que tenha visto a situação e até a confissão do menor”, explicou.

Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades

Acionados, a Personal Service e o Hospital Universitário da UFRJ ainda não responderam.

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