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O que é que a baiana tem

Ana Marcia Bonfim
Ana Marcia Bonfim na cozinha

Com quase 70 mil habitantes, a Rocinha recebe toda semana dezenas de nordestinos que migram para o Rio de Janeiro e buscam na cidade grande oportunidades de trabalhos e uma vida melhor. Em suas bagagens, além de sonhos e alguns pertences, eles trazem costumes e dotes culinários. Algumas dessas pessoas investem em um negócio próprio, como barracas de comidas típicas e restaurantes. Ana Marcia é uma dessas pessoas.

Ana Marcia Bonfim, nascida em Feira de Santana, na Bahia, veio para o Rio de Janeiro com o sonho de mudar de vida, e mudou. E foi na Rocinha que o seu tempero fez sucesso. Seu primeiro trabalho foi como doméstica, depois trabalhou em restaurantes, foi costureira e por fim, começou a vender quentinhas com a ajuda da família. A idéia deu certo, e o negócio que iniciou com a venda de poucas quentinhas por dia, começava a dar lucros e a realizar sonhos. Além das quentinhas, Marcia montava uma barraca e vendia comidas típicas durante a noite na curva do S. “As pessoas diziam que eu tinha que comprar panelas maiores e fazer mais caldos para vender na barraca”, diz ela.

Nem tudo foi alegria, Marcia e a irmãs passaram por algumas dificuldades no início. “É muito difícil vender fiado e manter um negócio. Nós prometemos que não faríamos mais isso. Foi preciso muita força de vontade e perseverança. Minha família me ajudou muito”, conta ao lembrar-se da fase em que quase desistiu de tudo.

Ana Marcia Bonfim - FOTO: Faveladarocinha
Ana Marcia Bonfim - FOTO: Faveladarocinha.com

O tempero baiano foi tão bem recebido na comunidade, que Marcia e as irmãs abriram um restaurante na Rocinha, o Cantinho das Baianas. O restaurante fica na Travessa Escada e funciona das 10hs às 18hs. Já na Via Ápia, tem a Barraca das Baianas com pratos típicos e caldos. O horário de funcionamento é das 17hs às 24hs. E ainda tem a cozinha, onde Marcia prepara as comidas além de vender congelados.

Depois de Marcia ter realizado o sonho da casa própria e o seu casamento, agora ela pensa em ampliar o Cantinho das Baianas e expandir ainda mais o negócio da família.

Via: Faveladarocinha.com

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Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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