Com quase 70 mil habitantes, a Rocinha recebe toda semana dezenas de nordestinos que migram para o Rio de Janeiro e buscam na cidade grande oportunidades de trabalhos e uma vida melhor. Em suas bagagens, além de sonhos e alguns pertences, eles trazem costumes e dotes culinários. Algumas dessas pessoas investem em um negócio próprio, como barracas de comidas típicas e restaurantes. Ana Marcia é uma dessas pessoas.
Ana Marcia Bonfim, nascida em Feira de Santana, na Bahia, veio para o Rio de Janeiro com o sonho de mudar de vida, e mudou. E foi na Rocinha que o seu tempero fez sucesso. Seu primeiro trabalho foi como doméstica, depois trabalhou em restaurantes, foi costureira e por fim, começou a vender quentinhas com a ajuda da família. A idéia deu certo, e o negócio que iniciou com a venda de poucas quentinhas por dia, começava a dar lucros e a realizar sonhos. Além das quentinhas, Marcia montava uma barraca e vendia comidas típicas durante a noite na curva do S. “As pessoas diziam que eu tinha que comprar panelas maiores e fazer mais caldos para vender na barraca”, diz ela.
Nem tudo foi alegria, Marcia e a irmãs passaram por algumas dificuldades no início. “É muito difícil vender fiado e manter um negócio. Nós prometemos que não faríamos mais isso. Foi preciso muita força de vontade e perseverança. Minha família me ajudou muito”, conta ao lembrar-se da fase em que quase desistiu de tudo.
O tempero baiano foi tão bem recebido na comunidade, que Marcia e as irmãs abriram um restaurante na Rocinha, o Cantinho das Baianas. O restaurante fica na Travessa Escada e funciona das 10hs às 18hs. Já na Via Ápia, tem a Barraca das Baianas com pratos típicos e caldos. O horário de funcionamento é das 17hs às 24hs. E ainda tem a cozinha, onde Marcia prepara as comidas além de vender congelados.
Depois de Marcia ter realizado o sonho da casa própria e o seu casamento, agora ela pensa em ampliar o Cantinho das Baianas e expandir ainda mais o negócio da família.
Via: Faveladarocinha.com