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Democratizando o acesso à cultura, Nós do Morro transforma arte em oportunidades

Prestes a completar 35 anos de atuação no Vidigal, a escola de teatro oferece aulas de interpretação, canto, expressão corporal e vocal para moradores

Foto: Vilma Ribeiro / Voz das Comunidades

De certa forma, no Vidigal, mais especificamente na rua Doutor Olinto de Magalhães, 54, há uma ponte que transforma e integra a vida dos moradores da comunidade com o mundo através da arte: o Grupo Nós do Morro. Prestes a completar 35 anos de atuação artística no dia 19 de setembro, a iniciativa democratiza o acesso à cultura para a favela da zona Sul, com aulas de interpretação, exposição corporal, vocal, literatura dramática e outras modalidades teatrais. Lá, de segunda a sexta, alunos da companhia se redescobrem a cada ensaio, peça ou experimento artístico.

“Aqui, os moradores descobrem um lugar para chamar de seu, entende? Com as apresentações, ensaios e viagens, a gente consegue mostrar que o mundo é muito maior que o beco que você mora. Essa conexão com arte é essencial para a comunidade, que lucra com a diversidade artística e também com geração de renda, pois muita gente de fora vem assistir nossas peças”, ressalta Fátima Domingues, de 56 anos, uma das coordenadoras do Nós do Morro. 

Criada em 1986 pelo ator e diretor Gotschalk da Silva Fraga, mais conhecido como Guti Fraga, que, na época, encantou-se com os teatros experimentais da Off-off-Broadway, em Nova York, a companhia teatral atende alunos a partir dos sete anos. Mas não há uma restrição de idade para se inscrever. “O segredo da nossa renovação é misturar todos os conhecimentos. Desde as crianças, os adolescentes, aos idosos. Tínhamos um aluno de 84 anos que não perdia uma aula”, explica Johayne Hildefonso, 53 anos, um dos professores do grupo. 

Para não deixar o espetáculo morrer, como define o bordão da companhia, o Nós do Morro não só capitaliza fundos através de doações voluntárias e de parceiros, mas também foca em editais de incentivo à arte. Apesar de estar sem patrocínio há 3 anos, situação que dificulta o investimento em espetáculos e nas aulas teatrais, a escola não fechou as portas para a comunidade.

“Mesmo sem patrocínio, a gente entende como é importante esse movimento nas comunidades. É um projeto social que traz novos conhecimentos para ele e novas perspectivas. Teve um aluno que entrou aqui e descobriu que o “barato” dele nem era atuação, mas trabalhar atrás das câmeras. Outra descobriu que gostava de engenharia e uma de psicologia. Aqui eles descobrem o mundo”, fala Tatiana Pereira, de 42 anos, e uma das coordenadoras do projeto. 

O Nós do Morro atua muito além das cortinas que descem nos espetáculos realizados. Como forma de desenvolvimento dos alunos, a iniciativa acompanha o progresso escolar e a situação dentro do lar, pois, de acordo com a companhia, a dedicação aos estudos e o respeito são a chave para a coletividade dentro da instituição. Além do intercâmbio cultural dentro do Vidigal, a escola já realizou viagens para outros países para apresentações e oficinas e ainda auxiliou no processo de escolha de elenco para o filme Cidade de Deus. Por lá, já passaram alunos famosos, como Babu Santana e Jonathan Haagensen.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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