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Dados do Data Favela revelam peculiaridades de empreendedores de comunidade

Apresentação ocorreu na atividade de abertura do Expo Favela Innovation 2023
Expo Favela - Renato Meirelles - Data Favela
(Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades)

A cerimônia de abertura do Expo Favela Innovation foi marcada por um auditório lotado, que assistiu a apresentação de Renato Meirelles, presidente e fundador do Data Favela. Ele apresentou dados sobre as dificuldades do empreendorismo dentro da favela.

“A favela carioca é a concentração geográfica das desigualdades”. Foi assim que Renato iniciou sua apresentação. Conforme pesquisa apresentada, as favelas concentraram 19% dos desempregados, 89% dos moradores já foram vítimas de racismo e 73% tiveram que mentir em uma entrevista de emprego. Isso mostra o quanto a desigualde impacta os moradores de comunidades. A pesquisa também mostra um fato curioso e preocupante. 73% dos jovens de favela nunca foram à praia.

Até chegar à pauta econômica, Renato mostrou as diferenças salariais que atingem homens e mulheres, classificando-os por gênero e raça (mulheres negras, com mais de 25 anos, com ensino superior, ganham 50% menos do homens brancos com a mesma escolaridade. Elas ocupam a base da pirâmidade salarial. O pesquisador também mostrou que uma das demandas que mais se destacam entre os moradores são é o respeito com o lugar que moram, superando anseios por melhor infraestrutra urbana e opções de lazer.

Moradores de favela do Rio de Janeiro consomem R$ 31 bilhões

O dado gritante do consumo nas comunidades acompanha um dado pela vontade dos moradores. Segundo o Data Favela:

  • 29% das mulheres tem o sonho de empreender. O sucesso profissional é um anseio das 14% dos homens de favela.
  • A pesquisa também mostrou que 46% dos moradores de favela sonham em ter um negócio próprio, superando metas como passar em concurso público, ter uma profissão ou ser promovido.
  • Os dados também mostraram que 8 em cada em 10 moradores
  • 56% dos entrevistados já consiseram empreendedores. Já 39% das pessoas responderam já ter um negócio próprio.
  • 42% das pessoas empreenderam pela oportunidade enquanto 52% foi por necessidade.

Após a apresentação, Renato Meirelles falou ao Voz das Comunidades. Renato apontou que, através dos números, é possível apontar as necessidades, assim como a desigualdade que atinge essa parcela da população. “Pudemos observar como a desigualdade atinge uma parcela da população, que carece de políticas públicas. E ainda assim, movimenta mais de 30 bilhões. É uma população que precisa de oportunidades e cabe ao poder público criar e oferecer essas oportunidades.”

O Ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, esteve presente na abetura do evento. Em coletiva, ele comentou sobre como o ministério atuará, de forma intersetorial com outros órgãos do governo, na promoção e facilidade de moradores de comunidade ao acessar o empreendedorismo. Segundo ele, será possível

“Pensar empreendedorismo, pensar economia é um trabalho em conjunto. Não tem como você pensar em atuar só com economia em território conflagrado. É necessária uma ação conjunta. É necessário entrar em território com políticas de redução da letalidade para depois falar de economia. Aí sim as pessoas poderão falar de futuro.”

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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