Em 2024, o estado do Rio de Janeiro viveu uma das maiores epidemias de dengue em anos. Neste ano de 2025, o cenário epidemiológico é bem diferente, mas nem por isso a população pode relaxar na prevenção. Um levantamento feito pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) aponta que o Rio de Janeiro registrou apenas este ano três mortes e 3.843 casos prováveis de dengue – deste total, 245 precisaram de internação. No ano de 2024, foram registrados 302.316 casos prováveis, com mais de 9 mil internações e 232 mortes por dengue na capital fluminense.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do Rio informou que tem reforçado as ações de controle do mosquito Aedes aegypti para a prevenção das arboviroses na cidade. E para a superintendente em saúde, Gislani Mateus, além das ações realizadas pela prefeitura, é importante que todos façam a sua parte. “É necessário identificar e eliminar focos de água parada e o acesso do mosquito às coleções de água como ralos, calhas, baldes com água e destapados”, conta a profissional.

Foto: Divulgação / Secretaria Municipal de Saúde
Tipo 3 da dengue assusta
No dia 10 de janeiro de 2025, a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro confirmou o primeiro caso de dengue tipo 3 no Estado em 2025. A vítima é uma mulher de 60 anos.
Ainda de acordo com a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, não há circulação predominante do tipo 3 no estado desde 2007, ou seja, existe uma grande parcela da população nunca ter tido contato com este tipo da doença. A Superintendente em saúde explica que o sorotipo 3 é um vírus que traz os mesmos sintomas dos demais, mas levanta uma necessidade de maior vigilância.
De acordo com Gislani, como este sorotipo não circulava de forma predominante no Estado já há alguns anos, o registro alerta a possibilidade de um aumento na intensificação de casos desta variante, podendo acarretar em um número maior de pessoas adoecidas.
Como prevenir?
A principal medida de prevenção à doença continua sendo a eliminação dos focos do mosquito Aedes aegypti, que proliferam em ambiente doméstico com água parada. Em entrevista ao Voz das Comunidades, a superintendente em saúde explicou do perigo com a água parada, principalmente quando o assunto é caixa d’água. “Em relação às caixas d’água sem tampa, caso não seja possível colocar uma nova tampa que vede totalmente a caixa, elas podem ser teladas”. De acordo com a profissional, pode-se colocar uma tela de malha fina bem amarrada para que o mosquito não tenha acesso à água. Sobre ela, deve-se colocar uma cobertura que proteja de sujeiras. O uso de lonas e outras coberturas que possam formar bolsões de água sobre as caixas d’água não é recomendado, pois podem virar criadouros. Além das caixas d’água, também é importante verificar outros recipientes como pratos de plantas, ralos, calhas, garrafas e baldes que possam estar acumulando água e com acesso ao mosquito.
Dengue x gripe
Por mais que os sintomas sejam parecidos, não confunda. A gripe e a dengue são doenças causadas por vírus que afetam o organismo. A principal diferença entre as duas é que a gripe causa sintomas respiratórios, como coriza e tosse, enquanto a dengue provoca dores musculares e articulares mais intensas, além de manchas na pele.
A dengue causa febre alta acompanhada de pelo menos dois outros sintomas, como: dor no corpo e nas articulações; dor atrás dos olhos; mal-estar; dor de cabeça; manchas vermelhas no corpo. Também pode causar sinais de alarme da doença, caracterizados principalmente por dor abdominal intensa e contínua; vômitos persistentes; acúmulo de líquidos; sangramento de mucosa; irritabilidade.
Segundo o Ministério da Saúde, as vacinas com prazo de validade de dois meses já estão sendo disponibilizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para pessoas de 10 a 18 anos, e as vacinas com validade de até um mês estão disponíveis para pessoas entre 4 e 59 anos. Ao início dos sintomas, é importante não praticar a automedicação, mas sim reforçar a hidratação e procurar atendimento médico na clínica da família ou centro municipal de saúde mais próximo da residência, para o diagnóstico e cuidado devido.
