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Centro de Testagem da Vila Olímpica do Alemão encerra atendimentos a partir desta sexta-feira (11)

Inaugurado em dezembro de 2021, o Polo prestava quase 2000 mil consultas por dia; mas, do final de janeiro para fevereiro, reduziu drasticamente
Foto: Selma Souza/Voz das Comunidades
Foto: Selma Souza/Voz das Comunidades

Iniciado no dia 8 de dezembro, o Centro de Testagem da Vila Olímpica do Alemão, que realizava testes de Covid-19, vai encerrar as atividades nesta sexta-feira (11). De acordo com os funcionários, o motivo é a redução drástica de atendimentos no local. Os profissionais da saúde que atuam no polo serão remanejados para as Clínicas da Família da região, que retornarão com as testagens.

De 1 a 9 de fevereiro, foram realizados 827 atendimentos. Deste número, 782 testes foram feitos e 69 deram positivo, isto é, 8,82% do total. Sendo assim, 91,2% das pessoas atendidas tiveram resultado negativo neste período.

Em janeiro deste ano, foram registrados 18 mil casos de Covid-19 e 12 óbitos, nas 40 favelas monitoradas do Rio de Janeiro, de acordo com o Painel Covid-19 nas Favelas, do Voz das Comunidades. Comparando a última semana de janeiro com a primeira de fevereiro, os casos tiveram uma diminuição de 54,11%, seguindo o mesmo painel. Ou seja, na última semana de janeiro foram 6.535 casos, e na primeira de fevereiro 2.999. No entanto, este mês a Prefeitura do Rio ainda não disponibilizou os dados atualizados de 28 favelas. 

Somente no Polo da Vila Olímpica do Alemão, dos quase 2000 mil atendimentos feitos por dia no mês passado, que em média 40 a 45% eram resultados positivos, atualmente nem ultrapassa a marca de 100 pessoas atendidas diariamente. A média de positivados é entre 7 e 8. 

Profissionais de saúde e pacientes

O porteiro do centro de testagem e auxiliar administrativo Luís Rodrigues relatouo que o fluxo de fato estava bem baixo. “Recebemos, no máximo, 100 pessoas por dia. Antes, eram quase 2000. Então, vai fechar porque não tem como ter tantos profissionais aqui para pouco atendimento”, explica. De acordo com Luís, os profissionais serão remanejados para dar apoio às clínicas, que vão voltar a fazer os testes de Covid-19. Até então, as testagens estavam sendo feitas apenas no polo.

Porteiro do centro de testagem e auxiliar administrativo Luís Rodrigues
Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades

Vinícius Amparo, enfermeiro e líder de plantão, explica que, a cada dia, a demanda está menor no polo. “Na ultima semana, tivemos uma demanda bem reduzida, com um descrescimento constante. Estamos com uma média de 50 atendimentos diários e poucos positivos, não chegando a 10%“, afirma.

Vinícius analisa ainda que não sabe se a menor incidência de casos registados é porque há menor procura da população por terem mais orientação sobre a realização dos testes, ou se não estão mesmo se contaminando, por tomarem os devidos cuidados sanitários.

Enfermeiro e líder de plantão Vinícius Amparo
Foto: Selma Souza/Voz das Comunidades

André Luiz, de 30 anos, foi levar a filha Sofia dos Santos, de 7 anos, que está com sintomas de gripe. André não sabia que o polo seria fechado. “Se continuar com esse atendimento, que até então é bom e rapidinho, está ótimo. Mas como eu moro mais próximo da Clínica da Família, vai ser melhor porque não vou precisar andar de lá para cá”, explica, ao saber sobre o fechamento.

André Luiz e sua filha, Sofia
Foto: Selma Souza/Voz das Comunidades

Variante Ômicron

O Ministério da Saúde analisou, na semana passada, que o Brasil ainda não atingiu o pico da variante Ômicron (B.1.1.529) do vírus. Mas, de acordo com o órgão, alguns Estados já apresentam redução de casos e a expectativa é que nas próximas semanas essa queda se mantenha em todo o País.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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