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MPRJ ainda não buscou provas na casa de Thiago Santos, estudante baleado e morto na Penha há 1 ano

Estudante de 16 anos foi morto com um tiro em casa com um tiro na testa na frente da família, em 2021, no Morro da Fé
Thiago Santos Conceição - Morro da fé - Penha - 18/062021. Foto: Renato Moura / Voz das Comunidades
Foto: Renato Moura / Voz das Comunidades

Era por volta das 10h da manhã do dia 18 de junho de 2021 quando o estudante Thiago Santos Conceição, de 16 anos, se preparava para mais um dia. Ao acordar, ele levantou da cama e foi encontrar a família na sala, onde os familiares já estavam reunidos. No momento que abriu a porta do seu quarto, Thiago foi atingido por um tiro na cabeça.

Naquele mesmo dia, mais cedo, moradores do Complexo da Penha já relatavam tiros na região. No momento que a bala atingiu Thiago, não acontecia nada. Um único disparo entrou pela janela, atravessou o violão, a porta do quarto do estudante e o atingiu. Na época, o Superior Tribunal Federal já tinha proibido operações policiais nas comunidades. E ainda assim, a PM estava presente na comunidade.

Um ano passou desde a morte do estudante e, segundo os procuradores da Defensoria Pública, não teve muitas movimentações. “Até hoje, o Ministério Público não foi buscar as provas lá na casa da mãe de Thiago. A Defensoria Pública fez o pedido de reconstituição, mas, mesmo depois de 1 ano, ela ainda não foi realizada e sequer foram até o local buscar as provas para fazer perícia”, relata Guilherme Pimentel, da Defensoria Pública do Rio de Janeiro. “Como se não bastasse essa demora, a mãe do Thiago, uma mulher que ainda vive no local em que guarda marcas de sangue do seu próprio filho, teve um AVC”.

Responsável pelo caso, a defensora pública, Maria Júlia, complementou que, mesmo com as movimentações realizadas pela família após a morte de Thiago, o andamento do processo está parado. ”No ano passado, levamos a família e testemunhas para depor no Ministério Público. Como a operação policial foi da Polícia Civil, obrigatoriamente o MP deve instaurar procedimento autônomo, como é determinado pela Sentença da Corte Interamericana no caso Nova Brasília e, recentemente, na decisão na ADPF 635 (ADPF das Favelas). Desde então, aguardamos a reprodução simulada dos fatos, tendo em vista que, no dia da morte do Thiago, um único tiro foi disparado, vindo do local onde estavam os policiais. Uma das testemunhas apresentou uma filmagem com aproximação que mostra de onde provavelmente o tiro veio”.

Orlean Figueiredo, padrasto de Thiago, falou sobre o momento difícil que a família atravessa. “Tá sendo muito difícil. A Aline (mãe do menino) está hospitalizada. Faz uns 5 meses que ela teve um AVC por entrar em depressão por causa da morte do filho. Um lado do corpo dela parou de funcionar, aí parei de trabalhar para cuidar dela. Eu que troco fralda, dou banho… Agora ela está internada e anda chorando muito. Ela está desacreditada que não tá acontecendo nada pelo caso do filho dela”, relatou Orlean.

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EDITORIAS

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Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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