Com sonho de disputar o Europeu Kids, atletas mirins de jiu-jitsu do PPG batalham para custear viagem; saiba como ajudar 

Competição acontece nos dias 17 e 18 de maio deste ano; mães promovem vaquinhas on-line e ações para desembolsar valor das despesas
Foto: Uendell Vinicius / Voz das Comunidades

Um sonho pode custar caro, mas ainda é um sonho. E para Kaio Panisset, de 11 anos, e Michelle da Silva, de apenas 10, sonhos podem se tornar realidade. Crias do Pavão-Pavãozinho-Cantagalo, favela da Zona Sul do Rio, os pequenos atletas se dedicam ao esporte com disciplina e paixão; mas agora enfrentam um desafio além do tatame: conseguir apoio financeiro para disputar o Europeu Kids de Jiu-Jitsu, na Itália, em maio deste ano. 

Ao longo dos anos, Kaio se dedicou a treinos intensos e competições, conciliando a rotina esportiva com os estudos. “Ele tem ótimas notas, porque o jiu-jitsu ajudou muito na concentração”, explica Gabriela Deglane, mãe do atleta. No entanto, manter a trajetória esportiva do filho tem sido um grande desafio financeiro.  

“O jiu-jitsu não é um esporte olímpico, e isso limita os incentivos e patrocínios. Eu trabalho com tudo que posso para ajudar no sonho dele”, diz a mãe, que atua como camelô e realiza trabalhos autônomos para cobrir os custos das competições. 

O caminho até as competições tem sido difícil também para a mãe de Michelle, Márcia Luzia, que batalha diariamente para garantir que a filha possa competir. “Eu sou mãe solo, sem apoio do pai dela. Peço ajuda, faço vaquinhas online, vendo doces na rua. Faço o que for preciso para ela continuar lutando”, conta Márcia. “As pessoas acham que esporte traz retorno rápido, mas não é assim. É muito gasto e pouco incentivo.” 

Kaio Panisset e Michelle da Silva, atletas mirins do PPG, correm atrás do sonho de disputar campeonato europeu de jiu-jitsu Foto: Uendell Vinicius / Voz das Comunidades

Gabriela Deglane e Márcia Luzia batalham bastante para tornar os sonhos de seus filhos realidade. A mãe de Kaio explica a importância da competição no futuro dos atletas. “Esse campeonato pode abrir portas para a carreira deles”, afirma. As duas mães já se uniram para participar de programas de TV e buscam alternativas para arrecadar fundos, incluindo rifas e campanhas online.  

Além das vitórias no tatame, o esporte tem sido fundamental na formação dos jovens atletas, mas também das mães que acompanham. “O jiu-jitsu mudou minha vida e a da minha filha. Quando perdi uma filha, entrei em depressão e me entreguei à bebida. Foi a Michelle que me deu forças para seguir em frente”, revela Márcia. “Se ela consegue lutar contra adversárias maiores, eu também posso superar meus desafios.” 

Enquanto as mães zelam por seus filhos, os filhos curam dores desconhecidas dessas mulheres que passaram a enfrentar as próprias lutas com coragem. Atualmente, os sonhos se tornaram coletivos – e mais próximos de se tornarem realidade. A pequena atleta Michelle conta que o seu principal objetivo é chegar à uma competição mundial de jiu-jitsu.  

Kaio Panisset e Michelle da Silva querem realizar sonho de vencer medalha de jiu-jitsu fora do país Foto: Uendell Vinicius / Voz das Comunidades

“Eu quero chegar ao mundial e ganhar uma medalha de ouro na faixa preta. Mas não só isso, eu quero um dia dar aula de jiu-jitsu e ser uma professora presente nas competições dos meus alunos”, revela.  

Já Kaio tem um sonho parecido: de contribuir ao esporte através da educação. “Eu quero ser professor de educação física, também quero chegar na faixa preta e ser campeão mundial. A competição é um passo pra isso.”  

O campeonato, para os atletas mirins, é a porta de entrada para um futuro cheio de realizações. Para as mães desses pequenos campeões, é a esperança de uma vida melhor.  

Quem quiser contribuir para a realização dos sonhos desses pequenos grandes atletas, digite este link no seu navegador para ajuda o Kaio https://www.vakinha.com.br/vaquinha/um-sonho-chamado-europeu-kids e este para ajudar Michelle https://www.vakinha.com.br/vaquinha/vakinha-da-michelle 

Fora do tatame, atletas de 10 e 11 anos contam com apoio da família para promover rifas e vaquinhas on-line Foto: Uendell Vinicius / Voz das Comunidades

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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