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Tendencia de verão, loiro pivete é tradição nas comunidades do Rio de Janeiro

Estilo de cabelo com “reflexo” ou “nevou” é elemento estético da juventude das favelas
"Nevou" e "Reflexo" são as propostas para deixar os garot mais estilosos (Foto: Marlon Soares / Voz das Comunidades)

No final de ano, para início de outro, o “pacto social” de quase todo jovem da favela precisa ser respeitado: lançar o “nevou!” ou pelo menos um reflexo para ficar mídia no natal.

Popular há alguns anos, o “nevou” ou “loiro pivete” faz parte da moda verão que domina as cabeças e o estilo de vários jovens de favelas do Rio de Janeiro. Essa estética é tão popular que tem influenciado o asfalto e até mesmo as grandes passarelas da moda.

Àqueles que não sabem, o “nevou” é o processo de descolorir cabelo até ficar todo branco, como a neve, sacou? O reflexo é também descolorir o cabelo, mas apenas em algumas partes, deixando alguns pontinhos loiros na cabeça. Por isso, o corte também é conhecido como “luzes de bolinha”.

Gordinho é barbeiro e, no fim do ano, é quando mais faz o “nevou” (Marlon Soares / Voz das Comunidades)

João Gabriel, conhecido como Gordinho, tem 15 anos e trabalha como barbeiro há dois. Começou na profissão após um curso e hoje tem o corte de cabelo como ocupação principal. Ele conta que o tempo do “nevou” é igual pipa: aparece mais numa determinada época do ano. “Final de ano é muito nevou! Nesta época, todo mundo quer lançar. E reflexo também”.

(Foto: Marlon Soares / Voz das Comunidades)

Para ele, a moda verão também influencia dentro e fora da favela. O cantor Poze e vários jogadores de futebol são influenciadores e influenciados por essa estética da juventude favelada. “Os caras se inspira no Poze. O Poze lança, os cara lança. E o Poze se inspira nos caras do morro”. 

João Gabriel explica que, por conta de todo estilo e sucesso, os cortes de cabelo da favela também vão parar no asfalto. Ele diz. “os caras quer ter a onda que a gente tem aqui. Os caras querem tentar ser o mais igual possível com os caras daqui, mas não consegue”. Apesar das trocas entre favela e asfalto serem saudáveis, nem sempre foi assim.

O barbeiro e designer Matheus Teles conta o que acha sobre a moda do nevou ter ido para além da favela. Cabeleireiro há oito anos e dono de uma barbearia LGBTI+ na favela da Mangueira, ele desabafa sobre o tema:

”Isso antigamente era visto como coisa de favelado. Coisa de… o nome já diz loiro pivete. A partir do momento que a moda e a passarela pegaram isso e passou a ver isso como um olhar de estética, com um olhar de moda, tudo mudou. Aquele estigma de “Ah, favelado”, hoje em dia, é uma estética. Então muda totalmente o percurso, sabe? Mas continua sendo a mesma coisa.”

O fato de “a grande moda” se apropriar da estética de jovens de periferias em geral não é novidade. Porém, quando o reconhecimento devido não é dado para a favela, isso prejudica profissionais favelados que lutam para ter seus trabalhos reconhecidos.

Autoestima

E vamos combinar que o “nevou” e o “reflexo” deixam os crias “brabos”, né? Longe de ser só estética, os cortes de cabelo são, sobretudo, uma questão de autoestima da juventude favelada. Enquanto que, há alguns anos, apenas a máquina 1, 2 era alternativa para os jovens, principalmente os com cabelo mais crespo, atualmente os diversos estilos elevam o bem-estar da galera e faz eles se sentirem bem consigo mesmos.

Marcos Paulo tem 15 anos e fala da relação com seu cabelo. Ele lança o reflexo várias vezes, mas o “nevou” é a segunda vez esse ano.

“Ano passado todo mundo fez. E eu fui lá e lancei, né? Eu me achei maravilhoso, gatíssimo, o dono da cocada preta. Tanto que tô aqui lançado de novo. Pro natal, é muito bonito! Além de me sentir bonito, eu faço outras pessoas quererem se sentir bonitas também”.


Texto publicado no jornal impresso do mês janeiro do Voz das Comunidades
Texto: Davi Cidade | Fotos: Marlon Soares

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