Mulheres negras que são vítimas de alguma violação médica antes, durante ou após o parto podem denunciar no canal 1746, da Prefeitura. A iniciativa pretende criar diálogos entre o Poder Público e movimentos negros e indígenas do Rio de Janeiro. A ação acontece a partir da lei nº 8.653/2024, de autoria de Thais Ferreira.
O racismo obstétrico nasce da ideia equivocada de que mulheres negras são mais resistentes a dor. A partir deste entendimento, as gestantes pretas, pardas e indígenas são submetidas a uma série de violações. Peregrinar em hospitais, não receber a assistência adequada e até manobras violentas na hora do parto são exemplos comuns e cruéis deste tipo de violação.
A denúncia pelo canal da Prefeitura é um importante avanço no enfrentamento a mortalidade materna. Sim, racismo obstétrico mata. Mães negras tem duas vezes mais chances de morrer do que mães brancas, de acordo com a pesquisa Nascer no Brasil do Ministério da Saúde.
A mandata da vereadora Thaís Ferreira produziu o Pequeno Manual de Antirracismo Obstétrico, uma cartilha elaborada pelo grupo de trabalho de combate ao racismo obstétrico no Rio de Janeiro.