Dia de Resistência
Dia 08 de março, dia internacional da mulher, ou melhor, o dia de resistência. Resistir às apredejadas sociais que são arremessadas por uma boa parcela da nossa sociedade. Um típico dia para refletir a figura da mulher na sociedade e principalmente a figura da mulher negra.
É bem visível a carga que a mulher negra carrega em nossa sociedade. O sofrimento destas é criado não só pelo seu gênero, mais também pela sua etnia. Às chances de emprego caem drasticamente e ainda há às situações de inferioridade a que são submetidas.
Uma situação real aconteceu com a dona de um brechó, Yasmim Stevam. Ela foi vítima de uma enxurrada de postagens racistas nas redes sociais, após participar do programa “Encontro com Fátima Bernardes”, onde falou sobre a dificuldade de arrumar emprego por causa do cabelo. A jovem de 22 anos não se deixou abalar e se manifestou no seu perfil pessoal pelo Facebook.
“O problema não está em mim, não está na minha pele, não está no meu cabelo, não está em meus traços. O problema vem de dentro de você, ser humano limitado, cheio de padrões preestabelecidos sobre mim, com base apenas na minha aparência”, disse Yasmim.
A escritora Conceição Evaristo ressalta que apesar desses contextos de desigualdade e injustiça, às mulheres negras não podem deixar de lutar e sonhar com um futuro próspero. “Teoricamente já vivemos em um futuro melhor e podemos continuar almejando melhorias. Já colocamos o dedo na ferida. Do discurso da denuncia, passamos para a cobrança dos nossos direitos”, afirmou a escritora.
Conceição Evaristo é militante do movimento negro e tem na sua história, a mesma de milhares de mulheres que apesar destas feridas, tem lutado e conquistado, provando sua competência, se inserindo no mercado de trabalho, e conquistando um espaço significativo no mundo.
Por fim, o 8 de março, como já dito anteriormente, é o dia de resistência! Esse texto aqui inscrito é feito por um homem que não sabe de fato o que é sentir na pele o que elas passam no seu cotidiano. O protagonismo é todo delas, cabe a nós homens, nos permitimos à escuta-las e entrarmos como, somente, coadjuvantes nesse caos machista que vivemos.
Pintura por Ana Maria Gomides