Todo ano, o movimento Mães de Manguinhos promove durante o mês de maio o Levante Antirracista para marcar o mês das Mães com um especial acolhimento às Mães que precisam lidar com a ausência física de seus filhos que foram vítimas de operações policiais.
O movimento convida todos para estarem no 11º Levante Antirracista Mães de Manguinhos para abraçar as Mães e a Luta contra a violência de Estado.
Uma das principais atividades do movimento acontecerá no Colégio Estadual Professor Clóvis Monteiro, na Rua César Marques, 10. Higienópolis no dia 16 de maio, a partir das 10h, com um cinedebate do filme ‘Cada Luto, Uma Luta’, onde acontecerá um bate-papo com as Mães, alunos e professores do colégio que tem abraçado o projeto com tanto carinho e acolhimento.
Como surgiu o coletivo
Johnatha de Oliveira Lima tinha 19 anos e carregava um mundo de possibilidades. Morador de Manguinhos, teve sua vida interrompida pela Polícia Militar do Rio de Janeiro em 14 de maio de 2014.
Desde então, sua mãe, Ana Paula Oliveira, transformou o luto em força coletiva. Criou o grupo Mães de Manguinhos, referência na luta contra o racismo e a violência de Estado, denunciando uma política de morte que atinge, com precisão cirúrgica, a juventude negra das favelas.
Mesmo depois de 11 anos, a justiça ainda não foi feita. O PM Alessandro Marcelino de Souza, que atirou contra Johnatha, chegou a ser julgado, mas em 2024, a decisão foi revertida sob a alegação de que “não teve intenção de matar”.