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Mães adolescentes fazem capacitação em beleza no Alemão

Jovens do projeto "Meninas Mães", coordenado pela Fundação para a Infância e Adolescência (FIA) / André Gomes de Melo
Jovens do projeto “Meninas Mães”, coordenado pela Fundação para a Infância e Adolescência (FIA) / André Gomes de Melo

O projeto “Meninas Mães”, apoiado pela Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos, por meio da Fundação para a Infância e Adolescência (FIA), inicia este mês a capacitação de 12 jovens em seu Salão Escola de Beleza. A iniciativa pretende qualificar as jovens mamães nas áreas de auxiliar de cabeleireiro, escova, corte, coloração, manicure, pedicure e depilação.

O curso foi uma demanda das meninas que participam, com outras adolescentes, de uma série de atividades oferecidas pelo projeto como Informática, Inglês e Espanhol básico, Artesanato, Música (Violão e Teclado), dança Afro e Educação Artística (Pintura). O projeto com sede no Complexo do Alemão atende atualmente a cerca de 100 moças.

“O salão escola foi uma reivindicação destas meninas, que buscam muito a autonomia financeira. A nossa intenção futuramente será abrir a atividade para a família destas jovens. O curso tem duração de 12 meses. Após a conclusão outras moças poderão fazer o curso”, explicou a coordenadora do projeto e assistente social, Isabel Lopes Monteiro.

Todos os equipamentos do curso na área de beleza foram doados pela Loteria do Estado do Rio de Janeiro (Loterj). A capacitação conta também com a parceria da Federação das Indústrias do Rio (Firjan).

O Salão Escola de Beleza tem o nome de Lélia Gonzáles, uma homenagem à antropóloga mineira que foi militante dos direitos do negro no país.

Vidas em transformação

O salão escola foi uma reivindicação das próprias meninas
O salão escola foi uma reivindicação das próprias meninas

A jovem Fernanda Custódia, de 17 anos, mãe do pequeno Richard, de 8 meses, está ansiosa para iniciar as aulas do Salão Escola de Beleza. Ela espera trabalhar como cabeleira para dar uma vida melhor a seu filho.

O salão escola foi uma reivindicação das próprias meninas
O salão escola foi uma reivindicação das próprias meninas
“Entrei no projeto em abril e fui selecionada para participar da escola de beleza. Acho que o curso será importante para mim. Mudei o pensamento quando entrei aqui”, contou.

Mãe das gêmeas Kamilly e Kauany, de 1 ano e 7 meses, Anne Carolyne dos Santos, 18, comemora a oportunidade de participar de atividades gratuitas.

“Acho que poderei ter uma vida melhor aprendendo a trabalhar na área de beleza. Gosto também dos demais cursos. Faço dança afro, por exemplo”, contou.

Com foco nas adolescentes grávidas e com filhos, o “Meninas Mães” tem como principal objetivo resgatar a relação mãe-filho e a autoestima destas jovens para que planejem melhor suas vidas e adquiram autonomia profissional. De 2006 a 2012, 360 moças já passaram pelo projeto que foi selecionado pela FIA por meio de edital público.

A fundação periodicamente seleciona iniciativas de organizações sem fins lucrativos que atendam a crianças e a adolescentes no âmbito da média e alta complexidade (crianças e adolescentes em situações de risco, vítimas de violência sexual, abandono, e portadoras de deficiência). A FIA estabelece atualmente convênios com 132 instituições em 60 municípios do estado do Rio. O projeto “Meninas Mães” é coordenado pela organização Instituto Brasileiro Inovação em Saúde Social (IBISS).

Mãe de Luiz Felipe, de apenas seis meses, Jéssica Pereira, 16 anos, quer aprender o quanto puder:

“Uma amiga me falou do projeto, entrei há dois meses. Quero dar uma vida melhor para o meu filho. Aqui conversarmos e aprendemos muitas coisas”, disse Jéssica.

Uma brinquedoteca foi criada para atender aos bebês e crianças enquanto as meninas frequentam as oficinas. O projeto também estimula o retorno destas jovens ao ensino escolar. Todas as adolescentes precisam frequentar a atividade “Roda de Conversa”, cuja finalidade é discutir semanalmente assuntos como planejamento de vida, prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, educação infantil, entre outros assuntos. A equipe técnica do projeto é formada por uma enfermeira, duas assistentes sociais, uma pedagoga, uma psicóloga, além de instrutores.

Via: http://www.upprj.com/

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PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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