Caso Moïse: Júri condena dupla pela morte de congolês; penas foram de 23 e 19 anos de prisão

Fábio Pirineu e Aleson Cristiano devem cumprir a pena em regime fechado; um outro acusado ainda não foi julgado
Familiares de MoÏse Kabagambe reunidos para audiência. Foto: Reprodução/Instagram (@monicacunhario)

Após júri popular, Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca e Fábio Pirineus da Silva foram condenados por homicídio triplamente qualificado contra Moïse Kabagambe, na noite dessa sexta-feira (14).

Enquanto Aleson recebeu uma pena de 23 anos, 7 meses e 10 dias de reclusão, Fábio foi sentenciado a 19 anos, seis meses e dois dias. Os dois devem cumprir pena em regime fechado, de acordo com a decisão. Ambos estão presos desde fevereiro de 2022. Outro acusado ainda não foi julgado.

O crime ocorreu em janeiro de 2022, quando o jovem negro refugiado foi agredido e brutalmente espancado (levou cerca de 40 pauladas) porque cobrava o pagamento de diárias atrasadas em um quiosque na praia da Barra da Tijuca, na Zona Oeste da cidade, que atualmente não existe mais.

“Tivemos uma resposta que esperamos há dois anos, que Moïse não era uma bêbado, que Moïse não era um drogado… Esse já é um resultado que mostra tudo. O que fizeram com um trabalhador da África, do Congo, para buscar uma vida melhor para o Brasil e foi morto como uma cobra. Um ser humano. Isso não pode acontecer, esse tipo de pessoa não pode viver em sociedade“, afirmou Maurice, irmão da Moïse.

Aos gritos de “justiça”, familiares de Moïse realizaram um ato pacífico em frente ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro n a última quinta (13). Foto: Reprodução/Instagram

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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