Chacina do Borel completa 22 anos sem justiça; caso foi arquivado e policiais militares absolvidos

Quatro jovens foram executados por PMs em 2003; nenhum agente foi punido pelo crime
Caminhada no Morro do Borel lembrou a chacina de quatro jovens, assassinados por policiais militares em 2003 – Foto: Henrique Zizo

Na última quarta-feira, 16/04, completou 22 anos da Chacina do Borel, quando quatro jovens foram executados por policiais militares no Morro do Borel, Zona Norte do Rio de Janeiro. O caso, que gerou repercussão nacional e internacional, teve todos os réus absolvidos e foi encerrado em 2019 sem responsabilização dos autores.

No dia 16 de abril de 2003, Everson Gonçalves Silote, de 26 anos, Thiago da Costa Correia da Silva, de 19, Carlos Alberto da Silva Ferreira, de 21, e Carlos Magno de Oliveira Nascimento, de 18, foram mortos a tiros por policiais do 6º BPM. Inicialmente, a Polícia Militar afirmou que os jovens eram traficantes e haviam morrido em confronto, versão registrada como “Auto de Resistência”.

A investigação revelou, no entanto, que os quatro não tinham antecedentes criminais. Um deles, Carlos Magno, morava na Suíça com a mãe e estava no Brasil apenas para se alistar no Exército, já que possuía dupla nacionalidade.

Cinco policiais chegaram a ser denunciados. Em 2005, dois foram absolvidos e um chegou a ser condenado, mas sua defesa recorreu e ele passou a aguardar novo julgamento em liberdade. Em 2019, o processo foi arquivado definitivamente, sem que nenhum dos responsáveis fosse punido.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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