A Operação Policial na sexta-feira (24) que começou às 5 horas da manhã interrompeu a rotina dos moradores e trouxe perdas irreparáveis. Foram 5 pessoas mortas e nove feridas. E, perdas de bens materiais. Os danos são visívei. Nos chãos, nas paredes, dentro das casas e comércios são encontrados projéteis e marcas de tiro que atingiram TVs, janelas, basculantes, portas, portões e entre outros objetos que serviram como escudo para salvar a vida dos moradores.
“Deu até medo, podia pegar no meu corpo, minha vida que eu não poderia comprar outra”. A frase é Paulo Rocha, de 46 anos, morador da localidade Antiga Horta, conhecida como Fazendinha, no Complexo do Alemão. Ele relata que quando acordou às 5h da manhã para se arrumar para trabalhar, viu uma movimentação estranha, estava no corredor passando para a cozinha, quando foi surpreendido com o barulho. O tiro atingiu o portão, passou por dentro da casa, atravessou a TV e parou na parede da casa e por muito pouco não atingiu o morador. Confira o vídeo:
A comerciante Yasmin da Silva Pereira, relata que, por volta das 14h horas, recebeu avisos dos vizinhos que tinha policiais dentro do seu bar do bomba. O estabelecimento tem cinco anos, fica na Rua Canitar, localidade do Alemão. Quando ela chegou para ver os prejuízos, viu que foram muitos. Arrombaram a porta do bar, levaram as mercadorias avaliadas em 8 mil reais, quebraram o suporte de cigarro e a máquina de ursinhos. A dona do bar desabafa: “nem água deixaram”.
A equipe do Voz entrou em contato para saber sobre a violação. Ela afirmou o seguinte: “eu fico com aquele rancor, eles chegam e quebram, fica com as mãos sem ter nada. A gente luta para conquistar e eles destroem tudo.”
Os casos não param por aí. O próximo relato é de um morador do Complexo da Penha, que mora perto do Corpo de Bombeiros. Ele percebeu que estava tendo tiroteio na principal via da favela, Nossa Senhora da Penha, o confronto estava de cima para baixo, quando atingiu o seu banheiro.
Lucas, de 27 anos, gerente de vendas, conta sobre a insegurança que sentiu ao ver a bala quebrar e atravessar. “É bem ruim, a gente acaba achando que está protegido dentro de casa, mas qualquer coisa pode acontecer. Meus pais moram na Canitar, lá também está um caos.”