Há pelo menos sete anos, moradores do Capão, no Complexo do Alemão, convivem com o abandono de uma área onde antes existia uma residência. Segundo relatos, a casa desabou devido ao desgaste estrutural, e desde então o local se tornou um ponto de descarte irregular de lixo, além de um foco de proliferação de ratos e insetos.
Jean Pierre de Oliveira Sena, de 39 anos, morador da região, conta que a situação começou após a queda da casa onde viviam Orestes e Maria Helena, que já faleceram. “A gente cansou de limpar. Toda hora o mato cresce, e de noite tem gente que joga lixo, o que atrai ratos”, disse ele. Segundo Jean, a casa desabou com um morador dentro, que conseguiu escapar ileso. “Ele estava dormindo quando parte do teto caiu. Quando ele levantou, a casa desabou completamente. O entulho bateu na minha casa e a rua ficou interditada por um dia para a limpeza”, relatou.


O morador afirma que, apesar de algumas tentativas de limpeza, o problema persiste. “A gente fazia manutenção por conta própria, mas agora o mato está muito alto e não tem como. Quando dava, a gente cortava o mato com facão e retirava o lixo. Mas sem intervenção da prefeitura, o local sempre volta a ficar abandonado”, explicou Jean.
Além do lixo e do mato alto, outro problema enfrentado pela comunidade é o entupimento de bueiros. “Quando chove forte, a areia desce e entope tudo. Eu mesmo já tentei desentupir várias vezes, mas não adianta. Também tinha uma árvore que estava tombando e poderia derrubar fios de energia se não tivesse sido cortada a tempo”, disse o morador.
Moradores afirmam que entraram em contato com a associação local, mas as ações tomadas foram insuficientes. “Minha sogra chamou um representante da associação de moradores. Vieram aqui e fizeram uma limpeza básica, mas logo depois o matagal voltou”, relatou Jean.

O que também preocupa a comunidade é a questão das pragas que acabam invadindo outras casas no entorno. “Já teve infestação de baratas e tem muito rato. A gente precisa comprar veneno o tempo todo para evitar que eles invadam as casas”, disse o morador.
A esperança, para ele, é que alguma providência seja tomada pelas autoridades. “Se pelo menos limpassem e melhorassem o espaço, já ajudaria muito. Qualquer coisa seria melhor do que está agora”, finalizou Jean Pierre.
O Voz das Comunidades entrou em contato com a Comlurb que respondeu: “A Comlurb informa que trata-se de propriedade particular, portanto a responsabilidade da limpeza cabe ao dono do terreno. A Companhia vai localizar o proprietário para que ele seja notificado a limpar o imóvel.“