Você viu? Rio de Janeiro recebe título de ‘capital mundial do livro 2025’

Cidade contará com uma agenda especial de eventos visando promover a leitura
A cidade do Rio recebeu o título de Capital Mundial do Livro 2025 em evento no Teatro Carlos Gomes. Foto: Marcelo Piu/ Prefeitura do Rio

Através da Secretaria Municipal de Cultura, a cidade do Rio de Janeiro recebeu, na última quarta-feira (23/4), o título de ‘Capital Mundial do Livro 2025’, marcando o início da programação com um espetáculo musical no Teatro Carlos Gomes.

O título de Capital Mundial do Livro foi concedido pela Unesco ao Rio de Janeiro em reconhecimento à excelência dos programas de promoção da leitura desenvolvidos no município. Por conta desta conquista, a cidade contará com uma ampla agenda de eventos e iniciativas voltadas as novas políticas públicas para o livro e a leitura.

Durante o espetáculo, Jeanne Barseghian, prefeita de Estrasburgo, Capital Mundial do Livro de 2024, fez a entrega simbólica do título ao prefeito Eduardo Paes. A cidade francesa é reconhecida como um dos principais polos de literatura infantil da Europa. “É muito importante esse título, tem um valor simbólico imenso. O Rio é a primeira cidade de língua portuguesa a assumir esse papel. Tem toda uma história de o Rio ter sido capital da Colônia e do Império. A cidade tem o Real Gabinete Português, um tesouro do Rio, a Biblioteca Nacional, a Academia Brasileira de Letras, os grandes escritores brasileiros baseados aqui. É um ano para celebrar a leitura, para se criar mais o hábito da leitura. Vamos ter a Bienal do Livro, pela primeira vez o Prêmio Jabuti na cidade”, destaca o prefeito Eduardo Paes.

Ele também informou que ao longo do ano, as estações do BRT receberão livros, onde as pessoas vão poder pegar livros deixando outro, além das políticas públicas da Secretaria de Educação para toda rede municipal de ensino. “É um ano especial, o Rio já foi capital do G20 ano passado e será do Brics este ano”, afirmou Eduardo Paes.

O título dado ao Rio é uma oportunidade para repensar os programas de leitura e de acesso aos livros em todo o país. A 6⁠ª edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, divulgada em 2024, mostra que houve uma redução de 6,7 milhões de leitores no país.  O levantamento realizado pelo Instituto Pró-Livro também indicou que a proporção de não leitores foi maior do que a de leitores pela primeira vez

Outra questão a ser considerada é o preço dos livros e a capacidade de compra dos consumidores brasileiros. O 9º Painel de Varejo de Livros no Brasil, produzido pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), mostrou que o preço médio do livro no país subiu 12,20%, atingindo R$ 51,48. E outra pesquisa, da Câmara Brasileira do Livro (CBL), reforça os dados do Snel. No último balanço, apenas 16% da população brasileira acima de 18 anos de idade diz ter comprado ao menos um livro nos últimos 12 meses..

Pensando nessa democratização da leitura, o evento também contou com a presença da coordenadora de Cultura da Unesco, Isabel de Paula, representando a diretora e representante da Unesco no Brasil, Marlova Jovchelovitch Noleto, do presidente da Academia Brasileira de Letras, Merval Pereira, e do secretário municipal de Cultura, Lucas Padilha. “Estamos convictos de que o acesso ao livro e à leitura democratiza a sociedade. Estou muito feliz hoje de poder passar o bastão para o Rio. Espero que este ano traga tanta alegria para vocês quanto trouxe para nós. Desejo a vocês um ano fantástico como Capital Mundial do Livro”, disse a prefeita de Estrasburgo.

Produzido e dirigido por Edson Erdmann, o espetáculo musical foi concebido como um livro, com capa, prefácio, dedicatória e capítulos que contaram a história da língua portuguesa, da importância do Rio de Janeiro como centro difusor da literatura e reuniu citações e referências de mais de 70 grandes romancistas e poetas brasileiros. A programação do Rio Capital Mundial do Livro 2025 também inclui ações voltadas ao desenvolvimento econômico do setor e à valorização da cadeia produtiva do livro.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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