Seis anos do caso Evaldo Rosa: 80 tiros, duas mortes

Músico foi assassinado por militares em 2019, no Rio
Foto: Reprodução

No dia 7 de abril de 2019, o músico Evaldo Rosa dos Santos foi assassinado por militares do Exército Brasileiro, na Estrada do Camboatá, em Guadalupe, Zona Norte do Rio. Ele levava a família para um chá de bebê quando seu carro foi alvejado com 257 tiros — 80 deles atingiram o veículo. Evaldo morreu na hora, e o catador Luciano Macedo, que tentou socorrê-lo, também foi baleado e morreu 11 dias depois. O passageiro Sérgio Gonçalves ficou ferido.

O episódio, conhecido como “caso dos 80 tiros”, chocou o país. Os disparos foram feitos sem qualquer aviso prévio, e pelas costas do carro. Os militares alegaram ter confundido o veículo com o de assaltantes. Em primeira instância, os responsáveis foram condenados a penas que variavam entre 28 e 30 anos de prisão, o que foi considerado um marco, já que a Justiça Militar brasileira costuma absolver os acusados em casos semelhantes.

Entretanto, em 2024, o julgamento reduziu a pena dos acusados, alegando que era impossível saber de onde partiu a bala que atingiu Evaldo.

Em 2023, a Advocacia-Geral da União (AGU) fechou um acordo com os familiares de Evaldo Rosa. O filho, a viúva, o pai e os irmãos do artista receberam uma indenização de R$ 2 milhões da União.

Mesmo com a reparação, não é todo o caso que tenha uma justiça feita, embora a impunidade dos militares, para quem se lembra do caso, siga sendo alvo de duras críticas.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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