No dia 7 de abril de 2019, o músico Evaldo Rosa dos Santos foi assassinado por militares do Exército Brasileiro, na Estrada do Camboatá, em Guadalupe, Zona Norte do Rio. Ele levava a família para um chá de bebê quando seu carro foi alvejado com 257 tiros — 80 deles atingiram o veículo. Evaldo morreu na hora, e o catador Luciano Macedo, que tentou socorrê-lo, também foi baleado e morreu 11 dias depois. O passageiro Sérgio Gonçalves ficou ferido.
O episódio, conhecido como “caso dos 80 tiros”, chocou o país. Os disparos foram feitos sem qualquer aviso prévio, e pelas costas do carro. Os militares alegaram ter confundido o veículo com o de assaltantes. Em primeira instância, os responsáveis foram condenados a penas que variavam entre 28 e 30 anos de prisão, o que foi considerado um marco, já que a Justiça Militar brasileira costuma absolver os acusados em casos semelhantes.
Entretanto, em 2024, o julgamento reduziu a pena dos acusados, alegando que era impossível saber de onde partiu a bala que atingiu Evaldo.


Em 2023, a Advocacia-Geral da União (AGU) fechou um acordo com os familiares de Evaldo Rosa. O filho, a viúva, o pai e os irmãos do artista receberam uma indenização de R$ 2 milhões da União.
Mesmo com a reparação, não é todo o caso que tenha uma justiça feita, embora a impunidade dos militares, para quem se lembra do caso, siga sendo alvo de duras críticas.