O policial militar Jorge Roberto de Sá Ayres foi condenado a mais 10 anos de prisão pelo homicídio qualificado de Ian da Silva Dias, de 21 anos, morto em 24 de junho de 2018, durante uma ação policial no Morro do Pimba, em Niterói. O veredito foi anunciado na madrugada da última quarta-feira (19), no Fórum Desembargador Enéas Marzano, no Centro.
Ian foi atingido por três disparos efetuados pela polícia em meio a um confronto na região. No entanto, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) demonstrou ao júri que o jovem era inocente e que os policiais forjaram a cena do crime para incriminá-lo. Segundo a investigação, uma arma e uma mochila com drogas foram colocadas no local para justificar a ação.
Ian sofria de Síndrome de Marfan, uma doença genética que afeta o tecido conjuntivo e pode causar problemas cardíacos e limitações físicas. A mãe da vítima, Débora Luanda da Silva Dias, de 52 anos, conversou com o Voz das Comunidades e disse sentir ‘alívio’ com o desfecho do julgamento.
“Quando a promotora veio me dizer sobre a condenação, antes da pronúncia, confesso que só pensei nos recursos, que jamais chegaria de fato ao fim. Mas quando me explicou que ‘acabou’, que ele seria sentenciado sem direito a recurso em regime fechado, senti um grande alívio e disse a mim mesma: ‘Acabou. Após 6 anos e 7 meses de saudades, sofrimento e muita luta, acabou.”
A trajetória do julgamento foi marcada por adiamentos. Em dezembro de 2024, a primeira audiência com júri popular foi remarcada após o promotor solicitar a prisão preventiva do acusado, pedido que foi acatado pela juíza. Com isso, o julgamento foi adiado para o último dia 18 de fevereiro de 2025.
Na madrugada desta quarta-feira, a condenação foi recebida como um alívio pela mãe de Ian, que destacou a longa espera por justiça. “Finalmente a justiça pelo assassinato do meu filho foi feita, chegou!”, declarou Débora.