Na última sexta-feira (30), Deividi da Silva Pereira, de 16 anos, foi morto enquanto voltava para casa, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
Segundo os familiares da vítima, Deividi havia saído de moto com mais dois amigos para comprar salgadinho e teria sido abordado por uma viatura da 15ª BPM de Duque de Caxias na altura da rua Sebastião de Carvalho, no bairro 25 de agosto, em Duque de Caxias. Assustado, o jovem teria corrido. Um dos policiais atirou de dentro da viatura e o tiro atingiu Deividi pelas costas, na cabeça.
Já a versão da Polícia Militar aponta que os jovens estavam em duas motos e desobedeceram a ordem de parada. Ainda segundo o 15º BPM, um dos rapazes teria feito um “movimento brusco com as mãos”, o que teria motivado o disparo feito por um dos agentes, atingindo David na cabeça.
Deividi, que estava no 2º ano do ensino médio, foi socorrido pelos seus próprios pais e levado ao Hospital Municipal Moacyr do Carmo, mas ele não resistiu aos ferimentos e veio a óbito. O corpo foi enterrado neste fim de semana.
Protesto de familiares fecha Washington Luiz
Na manhã desta segunda-feira (2), cerca de 30 familiares, moradores do bairro e amigos de escola do estudante, fizeram uma manifestação por justiça. Eles interditaram totalmente a pista central da BR-040, na altura do km 122, sentido Juiz de Fora, em Duque de Caxias.
“O que mais me estranha é que ele não deu tiro com o garoto andando na moto, ele atirou quando o garoto parou. De dentro da viatura ele mirou na cabeça do meu Deivid. E hoje ele vem me dizer que isso foi um equívoco? Quantos equívocos vão acontecer mais no Rio de Janeiro?”, questiona Fátima, mãe da vítima, durante o protesto.

O irmão do jovem, Luiz Guilherme, também se manifestou durante o protesto. “O sonho do meu irmão era ser militar. Ele queria ser paraquedista ou policial. Morreu pelas mãos de um policial despreparado, que precisa ser preso e julgado.”
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que a interdição começou por volta das 7h. A pista foi liberada após negociação.
PM afastado
A PM afirma que, além de ter afastado os agentes envolvidos, também abriu um procedimento apuratório para analisar a conduta dos policiais. A corporação alega, ainda, que colabora integralmente com as investigações conduzidas pela Polícia Civil. A 59ª DP (Duque de Caxias) instaurou inquérito para apurar as circunstâncias da morte do adolescente.