A tarde desta sexta-feira (2) foi marcada por muita tristeza e indignação para os familiares e amigos de Gabriel dos Santos Vieira, morto na noite de quarta-feira (30) enquanto ia para o trabalho. O velório aconteceu por volta de 13h30 no Cemitério de Inhaúma, na Zona Norte do Rio.
Na data da ocorrência, Gabriel, que tinha apenas 17 anos, estava em uma moto a caminho de um dos seus trabalhos, uma apresentação de dança em uma festa de 15 anos. O piloto também ficou ferido. Amigos do dançarino afirmam que os tiros teriam partido de policiais militares. A Polícia Civil investiga o caso e a família cobra esclarecimentos.
Entenda o caso:
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No velório, cartazes com frases como: “Queremos Justiça! Mais um inocente tendo a vida interrompida” e “Biel, te amamos. Sangue de um inocente é semente de união e luta por Justiça” eram visíveis e quando perguntado aos presentes como era Gabriel, a resposta era unânime: um menino cheio de sonhos.
“O Gabriel era uma pessoa que tinha muitos sonhos e estava concretizando vários, já ia concretizar mais um, que era fazer 18 anos. Ele queria fazer faculdade de dança, queria terminar a obra de seu quarto e ia dar entrada na habilitação. Vários outros sonhos não existem mais porque ele não está mais aqui”, declarou a tia e madrinha da vítima, Sandra Maciel.
Sandra e diversos familiares e amigos presentes no enterro se emocionaram bastante e cobram justiça e mais esclarecimento das autoridades. “Será que ele irá ser mais um jovem negro e pobre que entrou para a estatística? Isso não pode ficar impune. Ele levou 5 tiros nas costas. A gente quer justiça! Como pode um menino sair de casa para trabalhar e nunca mais voltar? Tudo o que ele almejava não vai acontecer. Tudo o que planejávamos para ele também não vai acontecer. Isso é revoltante”, conta a madrinha bem emocionada.


Através de uma nota, a PM comunicou que os policiais envolvidos usavam câmeras de uso individual e que o comando da Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP) instaurou um procedimento para apurar as circunstâncias do caso. “As imagens disponíveis serão analisadas no curso do procedimento apuratório”, informou a PMERJ.
No momento, a ocorrência está sendo investigada pela Delegacia de Homicídios da Capital. A Polícia Militar também informou que as armas dos agentes já foram encaminhadas à delegacia e estão à disposição da perícia.

