Aumento de borrachudos no Rio: Secretaria de Saúde afirma que presença de mosquitos está ligada a condições ambientais

Mosquito tem causado incômodos a moradores da Zona Oeste
Foto: Reprodução/Prefeitura de Ibirairas

Moradores de comunidades como Muzema, Tijuquinha, Rio das Pedras, Morro do Banco e Ilha da Gigoia, na Zona Oeste Rio de Janeiro, têm enfrentado um incômodo crescente nas últimas semanas: as picadas do mosquito borrachudo. 

Mesmo com o calor típico da cidade, relatos apontam que moradores têm recorrido ao uso de calças, casacos e meias como forma de se proteger dos insetos, que causam dor, coceira intensa, inchaço e, em alguns casos, reações alérgicas.

Por que acontece?

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o aumento da presença dos mosquitos borrachudos, pertencentes à família dos simulídeos, está ligado a fatores ambientais.

Esses mosquitos se reproduzem em águas correntes, como rios e córregos, e sua proliferação está associada ao desequilíbrio ecológico, como a destruição da vegetação nas margens dos rios, o despejo de lixo e esgoto em cursos d’água e a canalização de córregos, que elimina predadores naturais.

Em resposta ao Voz das Comunidades, a SMS destacou que métodos tradicionais de combate, como o uso de fumacê ou outros venenos borrifados, são ineficazes contra os borrachudos. “Devido ao pequeno tamanho do inseto, à sua velocidade de voo e à distância que pode alcançar, os inseticidas não conseguem atingi-lo. Pior: acabam matando os predadores naturais, como libélulas, pássaros e peixes, o que contribui para o aumento da infestação”, explica a secretaria.

Foto: Reprodução

O que tem sido feito para combater?

Para a SMS, o controle efetivo depende da restauração do equilíbrio ambiental. Entre as ações recomendadas estão o restabelecimento das matas ciliares, a retirada de matéria orgânica das margens dos rios e a proteção dos predadores naturais. O trabalho de limpeza nas margens e córregos tem sido realizado com apoio dos Guardiões do Rio e da Comlurb.

A secretaria também enfatiza que, assim como no combate a outras pragas urbanas, é fundamental o engajamento da população. “É necessário que toda a população apoie as ações e faça sua parte, preservando a mata ciliar e ajudando a proteger os predadores naturais”, afirma.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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