Moradores de comunidades como Muzema, Tijuquinha, Rio das Pedras, Morro do Banco e Ilha da Gigoia, na Zona Oeste Rio de Janeiro, têm enfrentado um incômodo crescente nas últimas semanas: as picadas do mosquito borrachudo.
Mesmo com o calor típico da cidade, relatos apontam que moradores têm recorrido ao uso de calças, casacos e meias como forma de se proteger dos insetos, que causam dor, coceira intensa, inchaço e, em alguns casos, reações alérgicas.
Por que acontece?
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o aumento da presença dos mosquitos borrachudos, pertencentes à família dos simulídeos, está ligado a fatores ambientais.
Esses mosquitos se reproduzem em águas correntes, como rios e córregos, e sua proliferação está associada ao desequilíbrio ecológico, como a destruição da vegetação nas margens dos rios, o despejo de lixo e esgoto em cursos d’água e a canalização de córregos, que elimina predadores naturais.
Em resposta ao Voz das Comunidades, a SMS destacou que métodos tradicionais de combate, como o uso de fumacê ou outros venenos borrifados, são ineficazes contra os borrachudos. “Devido ao pequeno tamanho do inseto, à sua velocidade de voo e à distância que pode alcançar, os inseticidas não conseguem atingi-lo. Pior: acabam matando os predadores naturais, como libélulas, pássaros e peixes, o que contribui para o aumento da infestação”, explica a secretaria.

O que tem sido feito para combater?
Para a SMS, o controle efetivo depende da restauração do equilíbrio ambiental. Entre as ações recomendadas estão o restabelecimento das matas ciliares, a retirada de matéria orgânica das margens dos rios e a proteção dos predadores naturais. O trabalho de limpeza nas margens e córregos tem sido realizado com apoio dos Guardiões do Rio e da Comlurb.
A secretaria também enfatiza que, assim como no combate a outras pragas urbanas, é fundamental o engajamento da população. “É necessário que toda a população apoie as ações e faça sua parte, preservando a mata ciliar e ajudando a proteger os predadores naturais”, afirma.