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Nélio conta que escolheu a profissão por necessidade: “eu estava desempregado e por não ter completado o ensino médio, não tinha como encontrar um emprego melhor.” A empresa da qual ele trabalha oferece benefícios aos funcionários, como o ticket de alimentação, plano de saúde e vale transporte. Sua carga horária é de 6h às 18h, 4 dias na semana. Em média, Nélio recebe R$ 900,00 e sua função é a limpeza dos sanitários e a área interna do parque.
O faxineiro contou que existe muito preconceito nessa profissão. Quando o questionei se o seu trabalho era valorizado, Nélio interrompeu a entrevista um pouco triste ao se lembrar de comentários preconceituosos, e em seguida disse: “A maioria não valoriza, tem gente que reconhece, mas a maioria não. É triste, mas tem que ter paciência.” Ele também se incomoda com as pessoas que frequentam o parque para fazer o uso de drogas ilícitas e bebidas alcoólicas. Segundo o faxineiro, já aconteceram diversos conflitos entre essas pessoas, o que é ruim para um parque frequentado por crianças e seus familiares.
Mesmo com toda desvalorização e preconceito, Nélio ainda tem esperanças de que as pessoas aprendam a valorizar seu trabalho. Acredita que quando se trabalha com paciência e força de vontade tudo fica bem.
O foco desse projeto não é mostrar somente o lado negativo, mas a realidade de modo geral. Infelizmente os profissionais da limpeza ainda convivem com o preconceito da população. Nós devemos ter a consciência que da mesma forma que precisamos dos engenheiros e advogados, também precisamos dos faxineiros, temos que ter consciência disso. É importante saber reconhecer os diferentes tipos de trabalho.
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Me chamo Gabrielly Coelho, sou mineira e tenho 17 anos. Estudante apaixonada por jornalismo e escritora de artigos do portal Voz das comunidades.
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