O próximo ano será iniciado com um novo governo em nível federal e estadual. Jair Bolsonaro e Wilson Witzel possuem alguns desafios para enfrentar assim que tomarem posse, em janeiro.
Candidato pelo PSL, Bolsonaro consagrou-se favorito de grande parte da população brasileira desde a pré-candidatura. Com o slogan de “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”, além de assumir uma postura de combate a violência, corrupção e defesa dos valores da tradicional família brasileira, a popularidade do “mito” – como é chamado por seus seguidores – foi refletida nas urnas: venceu com 55% dos votos válidos contra 45% de Haddad (PT).
Veterano na política, foi deputado federal por sete mandatos. Em seus 30 anos na política, o capitão da reserva do Exército teve apenas dois projetos aprovados. O primeiro estende o benefício de isenção do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) para produtos de informática, o segundo autoriza o uso da “pílula do câncer”, a fosfoetanolamina sintética.
Para o novo cargo, o presidente eleito deverá lidar com as polêmicas de suas declarações contrárias a mulheres, negros, homossexuais e os direitos humanos.
Ex-juiz será o novo governador
Com posições tão fortes, agressivas e violentas quanto o futuro presidente, Wilson Witzel foi eleito governador do Rio com 59% dos votos, o que totaliza aproximadamente 4 milhões de eleitores.
Durante a campanha, Witzel reuniu apoio de principais lideranças religiosas do Estado, o que ajudou a garantir a aprovação dos que defendem políticas conservadoras.
O ex-juíz titular da 6ª Vara Federal Cível disputou o cargo pelo Partido Social Cristão (PSC) e fomentou a sua campanha com o foco em reduzir as taxas de violência no Rio, com iniciativas para combater o tráfico e unir as atuações das forças de segurança. Uma das declarações que geram controvérsia é a adoção de snipers – atiradores de elite – para combater criminosos em favelas com tiros na cabeça.
O governador eleito busca apoio de Bolsonaro para reerguer o Estado, que atualmente enfrenta uma crise econômica, o que é refletida nas taxas de desemprego e atraso de salários dos servidores públicos.
Desafios
Após os resultados apresentados nas urnas, a meta agora é colocar em prática todas as propostas defendidas durante a campanha. Entre os desafios emergenciais para ambos os políticos, está a geração de novos empregos. Atualmente, há quase 13 milhões de desempregados no Brasil. No Rio de Janeiro, a taxa representa 15% – a maior de toda região sudeste.
Em relação a saúde, Bolsonaro pretende criar a carreira de Médico de Estado para atender às áreas mais carentes do Brasil. Enquanto que Witzel prevê a criação de leitos para desafogar os hospitais públicos, criação de mais clínicas da família.