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Promovendo o jeitinho para a gente se ajeitar

Dar um jeito para encaixar uma consulta ao médico quando a agenda dele está lotada. Chegar atrasado na aula e dar um jeito para pegar a matéria perdida. Furar a fila do mercado. Estacionar em vagas preferenciais quando o estacionamento está lotado. Sentar em lugares preferenciais no ônibus cheio sem se importar.

Darei um jeitinho. Frase que sempre ouvimos quando algo não é possível seja por força de uma regra, má vontade de exercer corretamente alguma ação ou tentando acertar algum erro. Mas sempre me perguntei o porquê desta frase está normalmente em nosso cotidiano, usada e abusada diariamente.

Intrigado a compreender a frequência do “dar um jeitinho” em algumas situações, me vi tentando entender justamente isso em uma matéria de sociologia da faculdade onde se estudava os vários comportamentos típicos desenvolvidos no país. Chega a ser tão chato ter de dar um “jeitinho” em tudo, seja pra se adequar a algo ou burlar. O perigo mora onde isso é normalmente usado de forma que se fortalece o amadorismo e o improviso em situações em que não se cabe. Poderia ser dito até para ser usado com moderação como naqueles comerciais de cervejaria, mas como não surte efeito nenhum nesses comerciais, dificilmente daria certo neste caso também.
Na verdade mesmo é que isso esconde problemas como a corrupção dando um “jeitinho” quando se falta material para refeições em uma escola pública do seu município, onde na verdade houve desvio de verba da alimentação. Entre vários outros problemas que percebemos a diferença entre o formal a ser feito e o realmente executado.
 Ter criatividade, flexibilizar e driblar dificuldades é realmente louvável e vemos sempre em comunidades pelo Brasil, mas quando se precisa de uma decisão imediata. Porém a longo prazo, tem que ser combatido e cobrado que essas ações não sejam banalizadas e usadas como a única saída sempre. Nos fazendo reféns do nosso jeitinho.

SOBRE O AUTOR:


IMG_20150727_112156Meu nome é Jandesson Antero, tenho 20 anos, sou estudante e curso Ciências Econômicas na Universidade Federal da Paraíba. Me divido entre João Pessoa (Mangabeira) e Baía da Traição.

Twitter: https://twitter.com/srantero

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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