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Politeia: Uma simulação que ainda traz esperança no processo legislativo brasileiro

Enfim chegava a tão aguardada semana do Politeia, uma simulação legislativa realizada pela Universidade de Brasília, em parceria com a Câmara dos Deputados. Participei de outras simulações enquanto estava no Ensino Médio, podendo ter um primeiro contato com as atribuições do legislativo, porém em uma escala reduzida. Eram simulações menores, que me despertaram um encantamento pela função de um legislador.

Quando iniciei o Ensino Superior, mal podia esperar para simular o Politeia, que conta com a participação de 130 jovens deputados e universitários, todos muito empenhados em mudar a realidade atual do país.

Primeiramente, não imaginava que a simulação pudesse ser tão enriquecedora em diversos aspectos, a começar pelos calorosos debates realizados nas Comissões e em Plenário, sempre com muitas opiniões de alto embasamento teórico e prático. Todos simularam colocando em pauta suas ideologias, defendendo-as e discutindo-as com o objetivo de transformar suas proposições em leis.

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A simulação foi fiel ao que ocorre no dia a dia, de acordo com o processo legislativo vigente no país. Os trabalhos eram realizados sempre com a participação de um autor do projeto de lei, um relator, com direito a emendas, “apartes”, votos e, caso necessário, até o Conselho de Ética poderia ser convocado. Com isso, pudemos vivenciar diversas situações a que os deputados são submetidos diariamente, aprendendo como se portar em cada uma delas.

Outro aspecto muito interessante do projeto é a participação de alunos de diferentes universidades, estados e cursos, não apenas de estudantes de ciência política da UnB. Com isso, conhecemos muitas pessoas, com realidades e pensamentos distintos, ampliando nossa visão de mundo acerca de assuntos polêmicos e que necessitam de um amplo debate. Assim, fizemos amizades que abrangem interesses em comum, com destaque para o gosto pela política, algo imprescindível nos dias de hoje.

Com a atual realidade do país, que envolve inúmeros esquemas de corrupção e falta de credibilidade, poucos são os jovens que realmente se interessam pela política. Com a participação no Politeia, ficou claro que a crise pela qual passamos pode ser mudada através de nós, jovens, estudantes universitários, pensadores, cidadãos envolvidos e comprometidos com a melhoria e recuperação da imagem do Brasil.

A simulação do Politeia é algo que todos os universitários deveriam fazer, seja para conhecer o sistema político e legislativo do Brasil, ou para ficar cada vez mais próximos de um sonho que, posteriormente, pode se tornar realidade.

Fazer política nessa semana foi algo apaixonante, uma experiência incrível e inesquecível. Exercitar a oratória, a capacidade de negociação, o dom de escutar opiniões alheias e argumentar com civilidade para se atingir um objetivo, foram apenas algumas das habilidades desenvolvidas durante o Politeia.

Realizar todo esse processo dentro das Comissões, no auditório Nereu Ramos e no Plenário Ulisses Guimarães certamente foi um diferencial! Além do mais, os deputados tinham a possibilidade de criar Blocos Partidários e Frentes Parlamentares ao longo dos trabalhos para que pudessem expor suas ideias e se sentirem representados, sempre utilizando o Regimento Interno.

Contudo, espero que nas próximas edições, mais mulheres despertem o interesse pela política, e que não tenham medo de não serem ouvidas, pois nós conquistamos um espaço cada dia maior em todas as áreas de trabalho e de cargos importantes. Um exemplo disso, foi a Secretaria da Mulher, um órgão iniciado esse ano no projeto, com o objetivo de dar mais voz à participação feminina.

Ao longo da semana, o partido pelo qual eu estava simulando, o PSD, aproveitou a oportunidade para conhecer o gabinete e a liderança presentes na Casa. Conversamos com pessoas que trabalham no local, e entre todas essas visitas, um senhor me disse algo que nunca esquecerei: “Fazer política não é só ganhar dinheiro, nem ficar rico. Ninguém pode utilizar a política como seu meio de sobrevivência. A política se faz por amor, por vontade de mudar, por vocação. Não almeje entrar nesse meio sem ter a sua profissão de origem, a qual é a responsável pelo seu sustento.”

Com isso, pude concluir que a atividade política é apenas um complemento, algo que você faz porque ama, e que pode sim ter prazo de validade. Os homens dependem dos cidadãos para desempenharem a atividade de legisladores, seja como deputados ou senadores. O papel que desempenham ao longo do seu mandato pode influenciar na sua permanência ou não nesta função. Basta apenas que, ao longo de sua legislatura, o candidato eleito busque realizar o certo, em prol do benefício coletivo, visto que as leis são feitas para direcionar a sociedade em busca do progresso.

Assim, levo essa semana de intensos debates, na minha primeira legislatura no Politeia, como algo que está apenas começando. Com certeza aguardo ansiosamente pelos próximos anos, em que me sentirei, de forma ativa, cada vez mais importante para o futuro das leis que regem nosso país. Agradeço a todos os que me acompanharam nessa experiência indescritível, e espero vê-los em breve, nas próximas simulações!!

Artigo por Marcella Pellegrini

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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