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Paulistas lutam contra o Estado e a desinformação em busca de melhores condições de ensino público

“Brasil, país onde pessoas que lutam por melhorar a sociedade são vistas com maus olhos. Aprendemos desde cedo a reclamar das coisas, e desde sempre a relutar contra mudanças”. É com essa frase que inicio este texto.

Atualmente mais de 200 escolas públicas foram ocupadas pelos alunos como forma de protesto a Reorganização escolar, que afetará 300 mil alunos e fechará mais 90 escolas. Algo repentino, de uma hora pra outra, sem consulta dos estudantes, pais ou professores, justamente em meio a crise econômica que afeta o Brasil. Parece que os estudantes perceberam que essas medidas não são pra melhorar o ensino (afinal, estão fechando escolas!), mas sim para cortar GASTOS.

Quem é aluno da rede pública paulista sabe como é complicado se manter firme aos estudos quando tudo ao seu redor tende a influenciar negativamente. É uma luta diária acordar cedo e ir pra escola sabendo que seu professor de matemática não irá comparecer, e que você terá de ficar 100 minutos sentado ouvindo música esperando o tempo passar até que chegue uma outra aula. É complicado quando você convive com isso anos e anos, sem uma perspectiva de mudança.

Mesmo estudando em uma escola central muito conhecida na cidade, fiquei um ano sem ter aula de física, matemática, português… Fora tantas aulas com professores mal preparados. Fora tantas aulas interrompidas porque os professores não davam conta de manter uma sala superlotada com atenção. Isso tudo proporcionou a incrível média de 505,34 Pts no enem, ficando em 7886° no ranking brasileiro de escolas. Enquanto isso, quem pode pagar uma fortuna para um bom Colégio ao seu filho há uns metros de distância consegue índices esbanjadores:  posição 55°, média 679,04 pts.

O que faz escolas tão próximas serem tão diferentes? Por que os alunos da rede particular tem acesso muito mais fácil a universidades como a USP, Unicamp, Unesp e unifesp e os alunos das escolas públicas não?

Imagem retirada da página ocupa conselheiro
Imagem retirada da página ocupa conselheiro

O mais triste é ver pessoas que em seu estado de ignorância, abrem seus perfis nas redes sociais para chamar os ocupantes de vândalos, vagabundos, massas de manobra política, etc. “Impedir o direito de quem quer estudar é abominável”, mas aceitar as condições do ensino público é correto?

Convido vocês a conhecerem um pouco sobre a ocupação da escola citada acima, o Conselheiro Crispiniano. Estudantes fazem a manutenção das instalações, arrumaram torneiras, abriram as portas para atividades culturais e estudantis, como palestras e aulas.

A educação não deve ser tratada como custo, mas sim como investimento. Assim, se fosse administrada de forma correta, teríamos menos jovens coagidos para o crime, mais profissionais qualificados, mais desenvolvimento tecnológico e socioeconômico. Mas pra que pensar assim? Mas pra quem pensar assim…?

Imagem retirada da página ocupa conselheiro
Imagem retirada da página ocupa conselheiro

Peço desculpas por possíveis erros, mas gostaria de compartilhar este artigo de opinião nesse momento tão importante. Estudei minha vida toda em escola pública e hoje recorro a instituições particulares para ingressar numa Universidade pública. Acredito que a situação de São Paulo não seja muito diferente dos demais Estados brasileiros. E na sua região, como está a educação?

Sobre o autor:


ppMeu nome é Bruno, tenho 18 anos e resido em Guarulhos, São Paulo. Estudo para alcançar meu desejo em ser pesquisador biomédico formado em universidade pública.

http://twitter.com/YounLegal

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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