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O rico, o pobre e o suicídio

No meio jornalístico, sempre que há casos de suicídio, o indicado, e nem poderia ser diferente, é ter cautela quando noticiar o fato, se for o caso de noticiar, como quando em casos de figuras públicas. Porém refletindo sobre o assunto, quanto mais se oculta casos, mais vai prolongando o tabu de não se falar sobre, e é necessário. Claro, é uma questão familiar muito difícil, a motivação, o apoio ou falta dele, a oportunidade… Ninguém quer ter sua família exposta em um caso grave e triste como o suicídio.

Observando os casos recentes aqui em Teresina, percebo que a grande maioria dos suicídios foi de pessoas com uma classe social boa. Alguns ricos, outros de classe média, enfim, muitíssimo raro existir casos vindo de um pobre, e quando há, os motivos são bem diferentes.

Pois bem, creio que muito desses casos, seja causados pela própria família. Não é culpando, mas é observando. Aqui em Teresina, tem muitas famílias do ramo da Medicina, e geralmente os pais querem ver os filhos seguindo os passos da família, causando assim, uma excessiva cobrança de resultados no meio acadêmico. Houveram casos, claro, ocultos, onde alunos de uma das escolas mais caras da cidade, se mataram pela cobrança exagerada dos pais na obtenção de bons resultados na escola. Isso não é errado por parte dos pais, mas será que a maneira como há a cobrança, está sendo feita de maneira correta? No último ENEM, muitos alunos conseguiram o tão sonhado curso superior alegando não só estudar, mas também se divertir, tendo tempo pra entretenimento e afins. E é possível sim!

Pela manutenção do nome da família, não só no exemplo da Medicina, os pais só veem os filhos pelo que os outros veem deles, ou seja, aquela obrigação de demonstrar pra família em geral, pros amigos, pra sociedade, que seu filho venceu, e, que vai ganhar muito dinheiro, continuando o legado da família.

Já os pobres, em sua grande maioria, tem tempo pra tristeza por cobranças excessivas no estudo? NÃO, por que geralmente quando se sai do ensino médio, o pobre, como eu, tem que sair da escola pra um emprego, pra ajudar dentro de casa, e não pra uma faculdade/universidade, com o carro km que o pai dá. O pobre trabalha muito, se estressa na volta pra casa, não tem a melhor comida do mundo na mesa, mas ainda assim, com tanta dificuldades, vive uma vida feliz. Casos de suicídio vindo de um pobre, geralmente é por mulher/homem, ou seja, passional, ou até mesmo dívidas enormes, em menor ocorrência, ou simplesmente por desgosto pessoal, enfim, inúmeros motivos bem diferentes dos de pessoas ricas. A família do pobre não tem tempo para cobrar tanto do filho que não estuda ou que ganha pouco, a família do pobre se satisfaz com o caráter adquirido, e tá muito ocupada trabalhando pra ganhar pouco. O pobre não tem tempo de se entristecer, se ele se entristecer, ele não paga as contas. E não que o rico não trabalhe, mas como eu disse, a cobrança pela manutenção do nome da família, faz muitas vezes, com que isso aconteça. Talvez o que falte pra uma pessoa que pense em se matar seja uma palavra da família, um; “estude, mas faça o que você gosta”, talvez um “eu vou te apoiar independente de qualquer coisa” ou “siga o seu sonho, o que te faz bem”.

Portanto, muitas vezes o problema se cria dentro de casa, e dentro de casa se pode resolver. E você que está lendo, poderia ser mais gentil e preocupado com seus amigos, pois nunca se sabe, e se a família dele é como eu disse e o cobra demais, ele precisa do SEU apoio pra seguir a vida, vale a pena ser cordial e tirar um tempo pra tentar ajudar alguém, AFINAL, A VIDA É BELA E DEUS TEM UM PROPÓSITO PARA CADA INDIVÍDUO.

SOBRE O AUTOR:


IMG_3066613543274Me chamo Bob Nunes, trabalho com internet em geral. Social media e comediante. Estudante de Letras Inglês na UFPI. Vou focar na sessão entretenimento e humor, no qual sou mais envolvido e ciente.

https://twitter.com/bobyyfera

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PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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