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O racismo oculto (ou nem tanto) na dramaturgia brasileira

Há uns anos, comentei com minha irmã “Por que todas as empregadas das novelas, ou são negras ou tem sotaque nordestino? Ou os dois?”, ela não soube responder. Bom, o racismo de fato é algo que, infelizmente, vemos quase todos os dias. Muito se faz para combater, muito já melhorou, mas ainda não é nem perto daquilo que podemos um dia tornar melhor. Campanhas no esporte, na arte, tv, tem ajudado a mudar o pensamento das pessoas sobre esse absurdo, mas situações como “integrar os negros” dizendo “tem que ter um pra não parecermos racistas”, já não é racismo? Não precisamos integrar ninguém, já somos integrados, somos humanos, SOMOS TODOS IGUAIS!

Leia esta notícia do site do Jornal Folha de São Paulo:

Após interpretar 25 empregadas, atriz Solange Couto denuncia racismo na dramaturgia

Como nordestino, ao ver uma empregada com aquele sotaque forçado, de uma atriz que nem da região é, que só aparece nas cenas pra levar água pra protagonista, pra fazer o papel da “doida” que se mete onde não é chamada, pra levar bronca do patrão, isso me desanima bastante ao acompanhar uma dramaturgia, geralmente novelas. No humor eu nem posso falar, pois sou humorista e na comédia sim tem essa brincadeira com nordestino, é saudável, assim como tem com gaúchos, cariocas, paulista… Enfim, humor é piada. Porém em material sério, como em novelas, é um pouco triste ver a representatividade que dão ao seu povo, e isso é praticamente recorrente.

O papel do negro, quando não é executado pela Taís Araújo nem por Lázaro Ramos, quase sempre são papeis subalternos, com carência de representatividade no protagonismo e quase nunca papeis sociais que lhe tirem o estereótipo do escravo, empregado, vagabundo, bandido. É uma longa batalha.

Há de se falar as coisas boas também, e felizmente, aos poucos, isso tem sido combatido, mas como dito antes, ainda há muito caminho a seguir para que atores negros e brancos tenham posições equânimes na mídia.

SOBRE O AUTOR:


IMG_3066613543274Me chamo Bob Nunes, trabalho com internet em geral. Social media e comediante. Estudante de Letras Inglês na UFPI. Vou focar na sessão entretenimento e humor, no qual sou mais envolvido e ciente.

https://twitter.com/bobyyfera

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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