A gente não quer só comida e isso todo mundo sabe – exceto o atual governo federal, que quer de todo jeito aprovar a tal PEC que corta os investimentos em educação, saúde e outras coisas. Entre as necessidades básicas, adicione o ingrediente “entretenimento” no cardápio da vida moderna. Mas não são só os adultos sedentos por uma boa diversão.
Ouço menores de idade se vangloriando das suas aventuras etílicas, comentando sobre o quanto beberam catuaba na noite anterior, sobre quanta cerveja de má qualidade ingeriram, sobre quanto vinho de origem duvidosa passou pelas suas vistas, e confesso que fico um tanto quanto chocado – isso sem falar das drogas.
Esse papo não é de hoje.
Quase todo mundo tem alguma história para contar sobre consumo de álcool e drogas ilícitas na adolescência. Certamente nossos pais têm também algumas histórias pra contar. O que mais me preocupa é a frequência e a facilidade que estas histórias têm se repetido. Gente cada vez mais nova frequenta eventos de rua noturnos e cada vez mais gente tenta burlar a identidade para entrar em festas fechadas. Se a procura está enorme, a sensação é que a oferta está acompanhando esse filão.
Oras, cada um sabe de si. O problema é que o consumo, ainda mais desenfreado, de certas substâncias pode causar dependência. Não quero entrar no papo hipócrita de droga tal ou tal ser “a porta de entrada para o vício”. No entanto, tudo tem um começo. Já escutei uma pessoa dizer que não é viciada em maconha, mas só consegue comer depois de fumar um. É sério.
Seríssimo.
Na semana das crianças, pode ser uma boa ideia conversar francamente com elas sobre algumas coisas dessa vida. Sim, uma pessoa de 12 anos é uma criança e precisa de orientação. O baile está cheia de “novinha de 14” fazendo coisas que muitas mulheres experientes ficariam de boca aberta.
E nesse caso as novinhas não tão sensacional.