O samba perdeu uma de suas figuras mais emblemáticas. Bira Presidente, fundador do Cacique de Ramos e do grupo Fundo de Quintal, morreu na noite de sábado (14), aos 88 anos, no Rio de Janeiro. Ele estava internado no Hospital da Unimed Ferj, na Barra da Tijuca, e lutava contra um câncer de próstata, além de conviver com o Alzheimer.
Considerado “o próprio Cacique”, Bira presidiu o bloco desde sua fundação em 1961, sendo uma das personalidades mais influentes na cena do samba carioca. No fim da década de 1970, as rodas promovidas na sede do Cacique de Ramos deram origem ao Fundo de Quintal, grupo que inovou ao incorporar instrumentos como o tantã, o repique de mão e o banjo, revolucionando o samba de raiz. Entre os sucessos com sua participação estão “A Amizade”, “O Show Tem Que Continuar” e “Do Fundo do Nosso Quintal”.
Nascido Ubirajara Félix do Nascimento em 1937, no bairro de Ramos, Zona Norte do Rio, Bira cresceu cercado por referências do samba e do choro, como Pixinguinha, João da Baiana e Donga. Aos sete anos, teve seu “batismo no samba” na Estação Primeira de Mangueira. Sua trajetória inclui também parcerias com nomes como Beth Carvalho e décadas de trabalho como servidor público antes de se dedicar integralmente à música.
Bira deixa duas filhas, dois netos e uma bisneta. O Cacique de Ramos e o Fundo de Quintal emitiram nota oficial lamentando a perda e exaltando sua contribuição imensurável à cultura popular brasileira. Informações sobre velório e sepultamento serão divulgadas pela família.