No último final de semana aconteceu na Casa Voz no Morro do Adeus, Complexo do Alemão, o lançamento do documentário Voz Ecoa. A iniciativa é da jornalista Gabi Coelho que, procurada pela Empresa Júnior da PUC-RIO, entrou com a parceria do Voz das Comunidades e criou o documentário com o objetivo de evidenciar como a temática de Meio Ambiente tem tudo a ver com a favela, uma vez que dentro das favelas também é possível encontrar pessoas que participam de atividades e até mesmo protagonizam ações com objetivo sustentável em prol da melhora da qualidade de vida no meio em que se vive.
A ideia do documentário surgiu quando alunos de Comunicação Social e Cinema procuravam pautas comunitárias para a elaboração de um material audiovisual, aliados a coordenadora dos colunistas do Voz das Comunidades, Gabi Coelho, culminaram no tema de sustentabilidade.
“Eu fui influenciada pela Beatriz Diniz que é colunista da coluna Voz Ecoa e é ativista ambiental, por acompanhar o trabalho dela e ouvir muito o quanto ela tentava trazer essas pautas pra favela e nesse meio tempo já tava rolando umas coisas na minha cabeça que foi quando a barragem de Brumadinho rompeu e já tinha acontecido em Mariana e eu tava vendo aquilo tudo acontecer de novo então eu pensei que eu tinha que começar a jogar as minhas pautas, informar as pessoas que eu dialogo, que são pessoas de favela. Então eu queria de alguma forma mostrar pra essa galera qual a importância de trabalhar a pauta ambiental, de mover a nossa vida em prol do meio ambiente, de mostrar pra todo mundo que a gente precisa trabalhar com o ambientalismo, não tem como correr, assim como em favela a gente trabalha com segurança pública por questões óbvias que é a violência, a gente também tem que trabalhar com o meio ambiente tem essa relação muito forte, seja da estrutura das casas, seja de uma horta comunitária e o de quanto isso ajuda os moradores, então a gente foi associando tudo isso”. – Disse Gabi sobre a idéia que deu o pontapé inicial na produção do material.
Além de se obter como resultado o fator de autoconscientização ambiental, a exibição do documentário funcionou como ferramenta para impulsionar projetos que existem dentro das comunidades, exemplo, o ECOMaré que teve destaque na produção do conteúdo por representar como os projetos de favelas são potentes e podem melhorar a realidade dos territórios em que estão localizados.
O evento contou com a participação do especialista em jornalismo ambiental, André Trigueiro, que proporcionou uma roda de conversa onde foi possível não só esclarecer dúvidas sobre o tema, como também foi possível através da troca, articular e inspirar cada vez mais ações sustentáveis dentro das favelas.
Depois do lançamento na Casa Voz, o documentário vai ser exibido no Museu do Amanhã, em favelas cariocas e também de Belo Horizonte e São Paulo.