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Edifícios no condomínio do Morro do Adeus estão rachados

Fotos: Betinho Casas Novas

O problema ocorre há três anos e os moradores temem que uma tragédia aconteça

Sempre que aparecem rachaduras como as do Condomínio do Morro do Adeus, acabam causando medo nos seus moradores. As pessoas acabam acreditando que pode haver problemas na estrutura dos imóveis. Moradores fizeram reparos mas julgam que podem ser paliativos. A situação sempre é muito preocupante para o leigo.

Os 32 apartamentos foram inaugurados em 2010 e até hoje não passaram por manutenção e apresentam deterioração. Entretanto, os próprios moradores nos contam que o reboco da área comum perto da escada caiu e quase atingiu uma criança e como as unidades foram disponibilizadas pelo PAC, Programa de Aceleração do Crescimento, do Governo Federal todos ficam em dúvida sobre as responsabilidades de alguns destes problemas. Todos os moradores entrevistados mostram desconhecimento sobre a responsabilidade da manutenção dos imóveis.

O operador de câmeras Alexandre Lima, 29 anos, mora no último andar e diz que seu apartamento que aparentemente possui teto rebaixado e coberto por um forro de PVC. Com os ventos fortes, a cobertura se deslocou como mostra a foto. “Quando caiu pela primeira vez eu até tentei recolocar, mas quando teve outra chuva, caiu novamente”, declara, de modo a deixar uma questão em aberto quanto à forma como foi feita a vedação inicial da obra.

Já a diarista Esmeralda Conceição da Silva, 52 anos, mostra as rachaduras. Assustada ela conta que ouve estalos e teme o desabamento do prédio. É natural que o morador tenha este tipo de receio mas a forma correta de checar isso é chamar a Defesa Civil porque muitos laudos de coisas aparentemente assustadoras são circunstâncias normais e muitas coisas que parecem simples podem ser bem perigosas. “Quando começa a estalar eu nem durmo. Fico com as portas abertas, porque se acontecer alguma coisa, eu tenho como correr. Até coloquei a cama na sala para ficar mais fácil”, diz a moradora. Há casos em que a falta de orientação leva moradores a ansiedades enormes com as chuvas e ventos fortes. Alguns afirmam que as obras foram realizada às pressas e que o prédio parece balançar. Mesmo convivendo com esse grave problema, a Esmeralda diz que nem pensa em ir embora. Moradora do Morro do Adeus há 52 anos, não esconde o carinho que tem pela comunidade. “Só saio daqui quando Deus me levar. É um lugar tranquilo para morar”.

Reboco da escada quase pegou uma criança. - Foto: Betinho Casas Novas
Reboco da escada quase pegou uma criança. – Foto: Betinho Casas Novas

Severina Ferreira de Lima, 54 anos, trabalha como carteira comunitária e também mora nos prédios. Ela nos conta que em dezembro 2014 relatou o problema aos funcionários da EMOP, Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro e obteve a informação de que o local receberia uma visita para a verificação dos problemas, fato que não havia acontecido até o momento de nossa entrevista.

Entramos em contato com a EMOP e a empresa enviou técnicos ao local. Após a vistoria informou que não há problemas de ordem estrutural ligadas á construção, que apresentem riscos. Quanto ao barulho que os moradores escutam em dias de chuva forte, afirmam que são provenientes das telhas.

Este é um dos casos em que os moradores informam que o condomínio nunca teve síndico e eles próprios se revezam para ajudar com os problemas. Severina é uma das que lamenta. Mostra-se indignada e desabafa: “Estamos jogados às traças”.

Além das rachaduras nos prédios, o pátio do condomínio estava às escuras, pois os postes de iluminação não funcionavam há seis meses. Nossa reportagem acionou a Companhia Rio luz e a mesma resolveu o problema em menos de 24h.

Quantos aos demais problemas apresentados, a EMOP ressalta que ocorrem por falta de manutenção. Como em qualquer edifício precisa ser realizada regularmente pelos moradores com ajuda de um síndico ou administrador sendo este, eleito pelos demais.

Por: Lucilene Santy

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Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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