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É feião chamar todo mundo de “amigo”

O rolê tá cheio de cara de pau querendo só se aproveitar

Sério, tava aqui pensando: quantas pessoas te chamaram de “amigo” sem nem saber seu nome? Feião (do Português Tupiniquim ‘muito feio’, ‘deselegante’, ‘ato passivo de uma pagação de mico’). E o pior é que isso sempre vem seguido de algum pedido. Vamos lá.

Pelo menos aqui no Rio de Janeiro parece que os verdadeiros amigos se chamam de todo e qualquer tipo de adjetivo que você imaginar, exceto “amigo”. A rapazeada chama um ao outro de “vagabundo”, “palhaço”, “seu m*rda” e mais um monte de coisas. Mas chamar de ‘amigo’ mesmo, raríssimo ver – só quando dá caô na vida, mas aí é outro papo.

Já reparou que todo mundo que te chama de ‘amigo’, mas nunca passou perrengue do seu lado, tem alguma segunda intenção? Toda vez que alguém quer uma ajudinha com alguma pauta logo vira meu amigo. Quando tô envolvido em algum grande projeto, então, toda hora ouço ‘vê um espacinho aqui pro seu amigo’ – mas nunca, nunca me pagam uma cerva no fim do expediente.

Absurdo.

Amigo que é amigo mesmo tá nem ligando pro Dia do Amigo. Ele tá na chamada rápida do Android. Ele confirma presença em evento no Facebook só pra te dar uma força. Ele dá joinha naquele teu post chato pra você ganhar aquela promoção (por sinal contra a lei do ~feice~) e te chama no inbox pra te xingar. Amigo de verdade te chama pra furada, te faz pagar boa parte da noitada, mas no dia seguinte tem forra. Amigo, mas amigo MESMO, conhece até tua família, abre a geladeira da tua casa, nem pergunta se pode ficar pra dormir e dá prejuízo no café-da-manhã.

Já o cara que não é teu amigo, faz questão de tirar selfie contigo e espalhar pra todo mundo que tava contigo. Ele só tem histórias que servem pra dizer aos quatro cantos – esqueça os segredos. Ele não tem contigo aquelas histórias que precisam ir pro túmulo.

Esses amigos da onça só sabem pedir, só sabem chegar pra você, na cara de pau, só pra ganhar alguma coisa em troca – nem que seja alguma visibilidade. Galera cara de pau mesmo.

Mas assim, numa boa: não esquece de compartilhar esse texto, e me curtir lá no Facebook.

Dá uma forcinha aqui pro amigo.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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