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Bombeiros militares: Humanos? ou mensageiros de Deus?

Meros humanos com a missão de salvar vidas. Seriam esses os mensageiros de Deus? 

No dia 02 de julho parabenizamos os bombeiros militares, não somente os do Rio de Janeiro, essa cidade linda, maravilhosa, como todos do mundo.

O trabalho dos bombeiros não é muito reconhecido. Uma pena. Mas, quem nunca saiu correndo para a janela para ouvir e ver as viaturas dos Bombeiros passando com as sirenes bem altas pelas as ruas? Quem nunca parou o que estava fazendo para saber o porque uma ambulância está parada na calçada, ou no meio de uma rua? Quem nunca foi atendido por um deles?

Em um pequeno batalhão situado em Ramos, precisamente nas proximidades do Conjunto de Favelas do Alemão, Zona Norte do Rio, uma mulher que comanda o distrito, Major Carla, nos conta um pouco o dia a dia dos bombeiros de lá.

As ocorrências mais efetuadas pelos os bombeiros são os atendimentos de portadores de transtorno mental, maus súbitos e atropelamentos. “A coisa que menos fazemos é apagar incêndios” ironiza a major. Por dia, são cerca de 25 atendimentos para esses casos específicos com o auxilio das ambulâncias e caminhões. Somando quase 400 ocorrência por mês.

Pra Carla, cujo sonho era ser militar desde a infância, conta que acertou na escolha de sua profissão. “Eu acho bacana a confiança que as pessoas depositam em nosso trabalho, mesmo sendo instituição pública..” conta a Major sobre o reconhecimento do público.

A ocorrência que mais marcou sua vida.

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Salvamento de atropelamento de duas crianças na Estrada do Itararé Complexo do Alemão Foto: Betinho Casas Novas / Jornal Voz da Comunidade

Solicitados para irem em uma ocorrência, a equipe de Campo Grande, região oeste do Rio, se deslocou para o atendimento de um portador de transtorno mental, quando no meio de uma avenida, se depararam com um acidente de trânsito. Um veículo teria colidido com um poste, dentro do carro um senhor e seus dois filhos jovens. Em uma ocorrência de transtorno mental não é utilizado viaturas para grandes portes, como caminhões de combate ao incêndio.  No momento, o extinto de salvamento falou mais alto e, mesmo sem equipamentos suficientes para o resgate os mesmo o fizeram. A parte mais tensa da história foi quando o veículo pegou fogo. Os dois jovens tinham conseguido sair do veículo, mas, o senhor preso entre as ferragens não. Felizmente eles conseguiram apagar o fogo e tirar o senhor das chamas e do veiculo colidido com o poste. Ufa, mais um dia normal, para eles.

“Quando os dois rapazes viram que seu pai estava vivo, eles começaram a gritar, agradecendo pelo o que fizemos. Na hora, todo aquele momento tinha passado e meu coração pulsava a alegria de mais um dever cumprido.”lembra a Major Carla.

Ambos os passageiros do veiculo estavam sem o cinto de segurança.

No final de tudo, o que resta na memoria de cada bombeiro é o sentimento de ter feito um bom trabalho em mais um dia.

“Eu ouço dizer que somos mensageiros de Deus..” Finaliza a Major Carla.

Sim, eles são.

 

 

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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