Entre todos os benefícios gerados pela presença da arte no cotidiano de um jovem, com certeza a descoberta dos seus gostos e dos sonhos é uma das principais heranças artísticas. E, nas favelas do Rio de Janeiro, esse sentimento essencial não seria diferente. Através disso, os moradores exploram suas potencialidades e origens, como é o caso do ator Hugo Germano, de 30 anos, e morador do Morro do Cantagalo, na Zona Sul, que participou do filme “Pluft, O Fantasminha”, da cineasta americana, mas radicada no Brasil, Rosana Svartman.
Lançado no cinema nacional no dia 21 de julho deste ano, o enredo do longa-metragem conta a história de um “jovem” fantasma que vive com sua mãe em uma velha residência e possui medo de pessoas. Porém, em meio a isso tudo, “Pluft” faz amizade com uma menina que foi sequestrada por piratas e mantida de refém na casa. Nesta produção audiovisual, Hugo interpreta um dos principais personagens, o marinheiro Julião, que junto com mais dois marujos buscam o resgate da garota.
Para Hugo, que atua no universo cinematográfico há 15 anos e já conta com diversas participações e se prepara para outras, como na produção “Um Suburbano Sortudo 2”, “Mussum, o Films” e “Desapega”, a oportunidade de participar do filme é uma honra para a sua carreira. “O filme é uma história passada de geração para geração. Sempre que falo do filme para alguém, essa pessoa diz que o assistiu quando pequena ou que já ouviu essa história sendo contada pela mãe ou avó”, detalha.
Além das telinhas do cinema, Hugo também se prepara para estreia na Rede Globo, na próxima novela das 6, denominada “Mar do Sertão”, do escritor Mário Teixeira. Para ele, que acredita na potência de quem vem das favelas cariocas, toda a sua arte e dedicação depositada nas gravações e ensaios são para que ele possa inspirar pessoas que vem de onde ele vem.
“Sempre pretendo alcançar os meus pares. Cada vez mais vejo pessoas pretas ocupando espaços de grande importância, o que não era comum quando mais novo. Eu não via negros como eu na televisão ou no teatro, e acredito que quando ocupo esse lugar, estou passando o bastão para os meus iguais. Também adoro desafios, procuro sempre encontrar coisas novas em cada personagem que faço, pois, assim, mantenho uma arte viva nos meus trabalhos”, comenta.