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Parque Ary Barroso, abandonado em meio às obras de revitalização no Rio, resiste através da iniciativa

Rene Junio, ativista socioambiental, aponta dificuldades de avançar com projeto em meio à ocupação da UPP no local
Parque Ary Barroso. Foto: Vilma Ribeiro/Voz das Comunidades

O Parque Ary Barroso, localizado no coração do bairro da Penha, já foi um espaço de lazer para os moradores do Complexo da Penha. Na memória dos mais antigos, uma cachoeira dava vida aos lagos do local, onde se aproveitava em dias de calor, além das três quadras para prática de esportes. 

Inaugurado em 1964, o parque é considerado uma das primeiras grandes áreas verdes do subúrbio carioca. Entretanto, há mais de 10 anos, o espaço vive em completo abandono. Lixos espalhados, quadras abandonadas e garagem para viaturas e carros de empresas da vizinhança. Para moradores e lideranças locais, o sentimento de nostalgia e a desesperança por revitalização se misturam. 

Água parada em antigo lago que dava vida no Parque Ary Barroso. (Foto: Vilma Ribeiro/Voz das Comunidades)

É o caso de Rene Junio, de 41 anos, cria do Morro da Caixa D’água, no Complexo da Penha. Líder do coletivo ‘O Parque É Nosso’, o ativista destaca para o Voz das Comunidades que a ocupação da sede da UPP, inaugurada em 2012, se tornou um obstáculo para o desenvolvimento do parque. 

“Tínhamos três quadras. Eles ocuparam um espaço em que as crianças usavam para o esporte, e estamos há anos tentando pedir para liberar ao menos uma. Fizemos diversas reuniões, nunca deu em nada. Eles estão estacionando viaturas dentro do parque, que é uma área de preservação ambiental, e não só eles, mas também os funcionários do Getúlio Vargas”, denuncia. 

Rene Junio é diretor do projeto ‘O Parque É Nosso’. (Foto: Vilma Ribeiro/Voz das Comunidades)

Bianca Moura, de 43 anos, é moradora do Morro da Caixa D’água e mãe atípica de Bruna Luiza, de 11 anos. No passado, viveu a infância no parque Ary Barroso. Hoje, leva a filha para participar do projeto na região. Entretanto, a falta de manutenção do parque é uma preocupação para ela. 

“Minha filha é autista e o projeto tem ajudado muito. Mas não é fácil, eu cresci brincando nesse parque e hoje você só encontra mato alto, lixo para tudo que é canto e água parada, com risco de dar dengue”, desabafou. 

Insatisfeitos com o abandono do parque, moradores da região organizaram um abaixo-assinado solicitando o retorno total do parque Ary Barroso, recolhendo até a última atualização 439 assinaturas, de uma meta de 500. O documento coletivo solicita também a desocupação da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) e está disponível no site www.change.org/p/parque-ary-barroso-livre. 

Parque Ary Barroso se encontra em estado de abandono há mais de 12 anos. (Foto: Vilma Ribeiro/Voz das Comunidades)

O Rio, que tem recebido obras para novos parques, não tem previsão de revitalização do Parque Ary Barroso em 2025, de acordo com o Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac). “Existe um projeto de concessão de parques públicos, que prevê obras de revitalização e manutenção de diversos parques (…) mas ainda não há confirmação de que o Parque Ary Barroso esteja incluído entre os contemplados dessa ação”, respondeu o Instituto em nota.

O Voz entrou em contato com a Comlurb, que afirmou em nota:

A Comlurb informa que realiza diariamente a limpeza no Parque Ary Barroso, na Penha, incluindo os serviços de varrição e remoção dos resíduos. A roçada é feita mensalmente. O local mostrado nas imagens é ponto de descarte irregular de lixo. Embora a Companhia faça a remoção diária, inclusive com o uso de pá carregadeira, o local volta a ser utilizado para o despejo clandestino. A área foi limpa. A Comlurb reitera o apelo para a população solicite pelo Whatsapp 3460-1746 o Serviço de Remoção Gratuita de Entulho de pequenas obras domiciliares e de outros materiais inservíveis como móveis, galhadas, eletrodomésticos etc. e lembra que está sujeito a multa quem descartar lixo e entulho em áreas públicas.

Foi feito contato também com a 4ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva do Meio Ambiente, do Ministério Público, que não deu retorno até o fechamento da matéria. 

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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