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Moradora do Vidigal faz quentinhas para alimentar pessoas em situação de vulnerabilidade social

Conheça a história da Miram Feliciano, a agente comunitária e moradora do Vidigal, que construiu uma rede de solidariedade entre amigos e vizinhos para distribuir alimentos, o Sos do Bem
A moradora do Vidigal, Miriam Feliciano faz as quentinhas na sua casa, no inicio tinha ajuda dua sua irmã, agora ela tem 15 voluntários ajudando
A moradora do Vidigal, Miriam Feliciano faz as quentinhas na sua casa, no inicio tinha ajuda dua sua irmã, agora ela tem 15 voluntários ajudando. Créditos: Arquivo Pessoal

Miriam Feliciano, moradora da favela do Vidigal e agente comunitária de saúde, em conversa com uma amiga percebeu como era grande a necessidade de ajudar aqueles que durante a pandemia foram esquecidos: moradores de rua. E foi a partir dessa conversa que nasceu o Sos do Bem, que não só atende a moradores de rua como também às famílias que moram no Vidigal e estão passando necessidades nesse momento tão difícil que estamos enfrentando com o coranovírus.

Miriam prepara os alimentos e leva para os moradores. Créditos: Arquivo pessoal

“Tudo começou com minha amiga que trabalha comigo no posto de saúde, numa conversa, ela me contou da vulnerabilidade desses moradores, foi aí que eu decidi fazer alguma coisa. Fiz uma sopa de legumes e fui com ela, meu filho, e distribuímos nesse dia 75 sopas para essas pessoas, acabou muito rápido. Na semana seguinte resolvemos fazer de novo e estamos fazendo até hoje.”

Alguns comerciantes locais e amigos contribuíram para que Miriam continuasse com a ação. Durante o mês, ela entregava 200 quentinhas por visita, dentro do seu próprio carro. Com o tempo, a demanda foi aumentando. E o que começou com ela e a irmã fazendo as quentinhas, hoje tem a ajuda do filho, do esposo, dos vizinhos e dos amigos, e se tornou uma rede de solidariedade que vai contagiando a todos. Hoje, a Miriam com seu SOS do bem já entregou 7.274 quentinhas.

Além das quentinhas, Miriam e seus amigos distribuem cestas para famílias que estão precisando nesse momento de pandemia. Créditos: Arquivo Pessoal

“Muita das vezes passamos por essas pessoas e não as enxergamos. E ali tem um ser humano com história, precisando de ajuda, e eu comecei a enxergar essas pessoas e junto com essa amiga. Eu vi a necessidade de ajudar e não estou só ajudando a eles, mas também a mim, pois isso me faz bem. Ajudar ao outro me faz sentir bem, às vezes temos um problema e ele se torna tão pequeno vivenciando aquelas pessoas passando por tantas necessidades.”

Desde de abril, Miriam vem fazendo esse trabalho pelas ruas e favelas do Rio. As quentinhas são preparadas dentro da sua casa, além de bolos para dar de sobremesa. Tudo é feito por ela com muito carinho. A agente de saúde também fala sobre a luta para manter esse trabalho tão importante.

“Eu nunca pensei em desistir, mas eu já me entristeci, pois esse trabalho é feito com muito amor, muita dedicação. E mesmo recebendo doações de amigos e comerciantes locais, ainda tiramos muito do nosso bolso para complementar a alimentação das pessoas, pagar a gasolina do transporte, o gás. E eu não sei o que se passa na cabeça dos outros, que acham que só porque estamos ajudando o próximo, levando alimento para quem tanto precisa nesse momento, estamos ganhando alguma coisa. Eu não estou recebendo nada por isso, faço por amor. E não entendo o porquê querem tirar aproveito dessa situação.”

Quem puder ajudar fazendo doações, basta entrar em contato com o número 21 98837 9598 ou ir direto no instagram do projeto.

Ação do poder publico

Na cidade do Rio, um dos efeitos da pandemia do coronavírus foi a grande quantidade de pessoas em vulnerabilidade social. A prefeitura do Rio inaugurou quatro centros de acolhimento, com o total de 280 vagas, mas, não fez um censo para registrar o aumento de pessoas em situação de rua, ainda que esteja notório. A alegação é de que não há condições de fazer a pesquisa nesse momento.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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