Morador afirma que telhado no Complexo de Israel foi atingido por caveirão durante ação policial

Há também, segundo informações, falta de energia na localidade após a rede elétrica ser atingida por tiros
Pessoas foram impedidas de trabalhar por conta da megaoperação. Foto Reprodução

Não sair para trabalhar, não poder ir para escola e sequer poder sair para comprar pão. Essa é a realidade do morador de favela do Rio de Janeiro. Quem vive no Complexo de Israel amanheceu com som de tiros. Uma rua do CPX foi fortemente prejudicada com a passagem do caveirão. Um comerciante não pôde trabalhar e ainda teve seu telhado destruído pelo veículo.

O morador que preferiu não se identificar tentava proteger e acolher seu filho de oito anos no momento do confronto. O menino chegou a questionar se os tiros eram contra a casa que eles estavam. A passagem do blindado pela rua arrancou dois telhados.

“Eles vem, fazem isso e vão embora. O prejuízo fica para gente: morador que não tem nada a ver com isso. A gente que luta tanto para ter alguma coisa na vida eles fazem essa arruaça. Aí fica crianças sem ir para escola, como meu filho ficou. Eu sem trabalhar porque não tem condições trabalhar. E infelizmente nós que moramos na favela somos tachados de vagabundo e mil e uma coisa que parece que a gente mora na favela porque quer. E não é porque a gente quer. A gente queria ter condições de dar o melhor para os nossos filhos e não viver uma situação dessas”, conta o morador.

A Avenida Brasil foi fechada por algumas horas e duas pessoas ficaram feridas. Por ano, favelas sofrem com prejuízos de 14 milhões por conta de operações policiais, de acordo com Drogas: Quanto Custa Proibir.

Moradores sem luz

Moradores de Parada de Lucas e Cidade Alta estão sem energia após rede elétrica ser atingida por tiros.

Segundo informações do G1, a Light afirmou que equipes farão os reparos para restabelecer a energia assim que os técnicos tiverem condições de segurança.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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