Junho Verde: novas leis municipais visam promover mudanças reais no meio ambiente; conheça mais

Câmara do Rio de Janeiro aprova leis para criação de novos parques, educação ambiental, economia verde e diminuir os desastres naturais
Região da Lagoa do Camorim. Divulgação/Iguá

JUNHO VERDE: Mobilização pela Preservação do Meio Ambiente. A campanha Junho Verde busca sensibilizar a sociedade sobre a urgência da preservação ambiental e da adaptação às mudanças climáticas. No Rio de Janeiro, a Assembleia Legislativa tem tomado medidas eficientes nesse sentido, como a autorização para a criação de novos parques na cidade e a implementação de leis que incentivam a educação ambiental nas escolas, preparando as novas gerações para enfrentar os desafios climáticos de forma consciente.

Um estudo do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) mostrou que o Brasil bateu recorde de alertas de desastres naturais em 2024. Segundo a unidade de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, registraram 3.620 alertas de desastres, o maior número desde o começo do monitoramento em 2011. Ao todo, foram emitidos 1.690 desastres, sendo que cerca de metade deles foi de risco geológico, como deslizamentos de terra, e outros 47% estão ligadas a riscos hidrológicos, como enxurradas e transbordamentos de rios e córregos. 

Em contribuição, a Câmara do Rio aprovou a Lei nº 8.465, de 2 de julho de 2024, que trouxe alternativas sustentáveis para gerir a água da chuva para controlar enchentes, alagamentos e deslizamentos. Aplicando o conceito de Cidade Esponja, a lei prevê a criação de jardins de chuva, com vegetação adaptada que ajudarão a absorver e filtrar a água da chuva, resistindo aos alagamentos, e de pavimentação com superfície permeáveis, para escoamento da água.

Outra ação para evitar as enchentes urbanas é garantir o bom funcionamento dos cursos naturais dos rios e da manutenção dos leitos. Para isso, os vereadores também aprovaram a Lei nº 8.475, de 10 de julho de 2024, que criou o Programa Rios Cariocas. A iniciativa visa a limpeza e recuperação dos corpos d’água, além da elaboração de planos de contingência para informar e proteger a população em situações de risco relacionadas a desastres naturais.

A Prefeitura do Rio deverá criar planos de atuação para os rios da região da Zona Norte do município. Os rios Acari, em Acari e Honório Gurgel; Farias, em Piedade; Farias Timbó, em Higienópolis, e Nunes, em Bonsucesso e Olaria.

Novos parques 

Além de promover o equilíbrio ambiental por meio de leis voltadas à preservação dos biomas da Mata Atlântica, o Legislativo municipal também tem sido fundamental para aumentar as áreas verdes da cidade com a criação de diversos parques ao longo dos anos. Essas iniciativas têm fortalecido a conservação ambiental, mas também para oferecer à população mais espaços públicos destinados ao lazer, à prática esportiva, à educação ambiental e à convivência ao ar livre em diferentes regiões do Rio.

Mais recentemente, a Câmara Municipal do Rio aprovou a Lei nº 8.845/2025, que institui o Parque Municipal Natural Perilagunar da Lagoa do Camorim, situado no Complexo Lagunar da Barra da Tijuca e de Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Leis educativas

A educação ambiental, um das principais bases da sustentabilidade, tem sido abertamente discutida na Câmara Municipal do Rio. Durante a última legislatura, os vereadores criaram a Lei nº 7.523/2022, que estabelece a inclusão da Educação Climática no currículo das escolas públicas municipais, determina que o tema seja trabalhado de forma interdisciplinar, integrando diversas matérias do ensino fundamental e médio como conteúdo transversal ao longo da grade curricular.

Economia Verde

Com o foco de fortalecer o desenvolvimento sustentável da cidade, a Câmara Municipal do Rio tem implementado diversas regras voltadas para a criação de uma economia mais verde. Um exemplo disso é a Lei nº 7.907/2023, proposta pelo Poder Executivo, que instituiu o programa ISS Neutro. A medida busca atrair empresas do mercado de créditos de carbono para o município, ofertando os benefícios fiscais significativos. Entre as mudanças, a lei reduz a alíquota do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) de 5% para 2% nas operações com créditos de carbono e estabelece um incentivo fiscal anual de até R$ 60 milhões para impulsionar o setor.

Segundo uma pesquisa da consultoria WayCarbon, divulgado em 2022, o Brasil tem o potencial de movimentar entre US$ 493 milhões e US$ 100 bilhões no mercado de carbono até 2050. Projeções indicam que o país pode atender até 37,5% da demanda mundial no mercado voluntário de carbono, o que representa uma grande oportunidade econômica para o Brasil.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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