Comunidade se une por justiça após morte de Gabriel Santos Vieira no Engenho da Rainha

Ato no Complexo do Alemão reuniu amigos e familiares para homenagear Gabriel e cobrar justiça após sua morte aos 17 anos
Ato pacífico aconteceu um mês após o assassinato do adolescente, no mesmo local, no Engenho da Rainha. (Foto: Uendell Vinicius/Voz das Comunidades)

Amigos, familiares e moradores do Complexo do Alemão realizaram um ato pacífico no último sábado (31) em homenagem a Gabriel Santos Vieira, de 17 anos, e para cobrar respostas sobre sua morte. O adolescente foi baleado cinco vezes pelas costas enquanto estava em uma moto a caminho do trabalho.

A mobilização contou com cartazes organizados por moradores, faixas com pedidos de justiça, uma motociata pelas ruas da região e uma apresentação de dança em tributo a Gabriel, que também era dançarino. O ato, marcado pela emoção, incluiu ainda uma oração coletiva e ocorreu de forma totalmente pacífica.

“Essa manifestação representa a memória do Gabriel e também de outras vítimas de ações violentas. Queremos que as autoridades façam seu trabalho e que isso não se repita”, disse Leonardo, pai do jovem. “Não tivemos apoio do Estado. A Defensoria Pública está nos ajudando, mas estamos entregando nas mãos de Deus para que a justiça aconteça.

Leonardo, pai de Gabriel, afirma que não recebeu assistência do Estado após o assassinato do filho. (Foto: Vilma Ribeiro/Voz das Comunidades)

Gabriel era descrito por todos como alegre, sonhador e querido. “Gabe era um garoto feliz, cheio de projetos. Um menino amado, não só por nós, da família, mas por todos”, destacou Leonardo, emocionado. “Só quem passa por uma dor assim sabe. Não é fácil.

O ato foi cercado de luto, e também amor pela memória de Gabriel. Juliane Moreira, amiga do adolescente, ressaltou a união da comunidade no ato: “Todo mundo se mobilizou. Foi lindo. Faixas, cartazes, fogos… Tudo para homenagear ele e pedir justiça. O Gabriel era um ser de luz. A forma como ele foi morto foi uma brutalidade. Não vamos aceitar isso calados.”

Juliane Moreira, João Davi e outros amigos de Gabriel organizaram cartazes em homenagem ao jovem assassinado. (Foto: Uendel Vinicius/Voz das Comunidades)

Ela relembra os momentos marcantes ao lado do amigo. “Todas as lembranças com ele são especiais. Ele encantava com seu jeitinho, com sua alegria, com a dança. Era um ótimo dançarino.”, descreve.

João Davi, também amigo de Gabriel, também prestou homenagem. “Ele era como um irmão pra mim. Sempre animava todo mundo lá em casa. Lembrar dele do jeito especial que ele era me ajuda a sentir como se ele ainda estivesse aqui.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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